Lockdown funciona para proteger a vida da população, diante das dificuldades impostas para o comércio? ? essa a pergunta que a análise dos números projeta, na comparação entre duas cidades, uma com aplicação do lockdown (fechamento do comércio) e outra sem a aplicação dessa medida.
Distantes, cerca de 100 quilômetros, um do outro, Bauru e Araraquara são exemplos opostos dessas decisões.
De um lado, o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), decretou um rigoroso lockdown em fevereiro, depois de um aumento brusco em números de casos e ocupação de leitos de UTI. O município suspendeu todos os serviços que não têm relação direta com a área da saúde, incluindo transporte público e supermercados ?? que só podiam funcionar pelo sistema de delivery.
Já em Bauru, a prefeita Suéllen Rosim (Patriota) impôs restrições mais leves. Ela defende a abertura de lojas e tem declarado que lockdown não funciona. No Instagram, Rosim publicou vídeo de uma carreata que, em suas palavras, pedia a “abertura responsável do comércio local”. Em outra publicação em que aparece cantando em uma igreja, em fevereiro, a prefeita disse que “tudo deveria ser considerado essencial em quase um ano de pandemia”.
Depois do lockdown, no entanto, Araraquara viu queda em casos diários e mortes. Já em Bauru, nas últimas semanas, tanto a média diária de mortes quanto a de casos subiram.
Araraquara registra média de 11,9 mortes por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. A taxa de Bauru, no mesmo período, é bem mais alta: 26,4 mortes por 100 mil habitantes.
Os dados de casos diários de covid-19 mostram que Araraquara, que apostou em lockdown, teve queda de mais de 50% na média de novos casos diários, passando de quase 140 mortes no fim de fevereiro para pouco mais de 60 em março. No mesmo período, o número de casos em Bauru subiu, como mostra o gráfico abaixo.
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