O economista Adriano Pires foi indicado pelo governo nesta segunda-feira, 28, para substituir Joaquim Silva e Luna na presidência da Petrobras. Se for aprovado pela Assembleia-Geral dos acionistas da estatal, ele será o terceiro a ocupar o cargo durante a administração do presidente Jair Bolsonaro (PL). Pires é formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem doutorado em Economia Industrial pela Universidade de Paris XIII e mestrado em Planejamento Energético. ? diretor-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), onde coordena projetos e estudos para a indústria de gás natural, a política nacional de combustíveis, o mercado de derivados de petróleo e gás natural. O economista também atuou como assessor do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A troca no comando da Petrobras ocorre em meio ao aumento do preço dos combustíveis no Brasil. O valor é influenciado, principalmente, pela cotação do dólar e o valor do barril de petróleo no mercado internacional. Pires é colunista do portal Poder 360 e, em seus últimos artigos, vem defendendo a criação de um fundo de estabilização para driblar a alta dos combustíveis. Ele também se posicionou contra a hipótese de intervenção do governo na política de preços. ??Podemos usar imediatamente recursos dos dividendos pagos pela Petrobras à União ou recursos vindos de royalties, participações especiais ou mesmo da comercialização de óleo feita pela estatal PPSA. O que não podemos, e não devemos, é ceder à tentação de intervir nos preços da Petrobras, algo que só trouxe prejuízos para toda a sociedade brasileira e que significa o atraso do atraso?, escreveu na coluna da semana passada. Para o economista, no médio e longo prazo, a meta deve ser dar continuidade ao programa de desinvestimentos da Petrobras.
Em uma publicação Linkedin na tarde desta segunda, Pires afirmou que o risco de intervenção na estatal antes das eleições é baixo. ??Quando o ex-presidente Roberto Castelo Branco foi substituído pelo general [Silva e Luna], a grande maioria dos analistas e jornalistas apostava que o general controlaria os preços, mas, pelo contrário, a política de paridade de importação foi mantida. Eu acho que o risco de intervenção na Petrobras antes das eleições é muito baixo por duas razões. A primeira é que a regulamentação e o compliance da empresa após a Lava Jato tornam muito difícil para o Conselho de Administração tomar ações que possam prejudicar os acionistas. Segundo, se o presidente Bolsonaro interviesse na empresa, seria acusado de fazer a mesma política que Lula?, escreveu.
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