A taxa de desemprego do trimestre móvel de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022 registrou queda de 0,4 ponto percentual em relação aos três meses anteriores, encerrados em novembro, passando de 11,6% para 11,2%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados ontem na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). Esse é o menor percentual para o período desde 2016, quando o desemprego estava em 10,3%, mas o levantamento mostra um dado preocupante: o achatamento da renda do trabalhador, que está vendo o seu poder de compra encolher diante da inflação galopante e a precarização do mercado de trabalho. Conforme os dados do IBGE, o rendimento encolheu 8,8% no trimestre encerrado em fevereiro, na comparação com ao mesmo intervalo de 2021, passando de R$ 2.752 para R$ 2.511. Em relação ao trimestre encerrado em fevereiro de 2021, a queda na taxa de desocupação no Brasil foi maior, de 3,4 pontos percentuais, passando de 14,6% para 11,2%. O dado ficou abaixo das expectativas do mercado, que esperava uma taxa maior, de 11,4%. A situação se repete em Minas, embora a desocupação seja a menor desde 2015, mas também registrou recuo na renda.
A população desocupada somou 12 milhões de pessoas e apresentou queda de 3,1% (389 mil pessoas a menos) em relação ao trimestre anterior. Já o contingente de pessoas ocupadas foi estimado em aproximadamente 95,2 milhões, com estabilidade ante o trimestre anterior e alta de 9,1% (7,9 milhões de pessoas) em relação ao mesmo período do ano anterior. O contingente de desalentados ficou estável, somando 4,7 milhões de pessoas que desistiram de procurar emprego.
O percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, estimado em 55,2%, apresentou estabilidade frente ao trimestre anterior e subiu 4,1 pontos percentuais ante igual trimestre do ano anterior (51,1%), conforme os dados do IBGE.
NO ESTADO
O desemprego em Minas Gerais atingiu seu menor patamar desde 2015. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a taxa de desocupação no estado no trimestre encerrado em fevereiro foi de 9,4%, totalizando 1,07 milhão de pessoas sem trabalho. A taxa em Minas foi inferior à média registrada no Brasil. Entretanto, o rendimento médio mensal recuou.
A desocupação apresentou queda de 0,7 ponto percentual no comparativo com o trimestre anterior e tem relação com número elevado de contratações no período de fim de ano. Até então, a menor taxa de desemprego havia sido 8,8%, no terceiro trimestre de 2015. Em relação ao quarto trimestre de 2020, houve recuo de 3,1 pontos percentuais. Naquele momento, o número de pessoas sem trabalho era de mais de 1,2 milhão.
Para a coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a retração na taxa de desocupação reflete a tendência de queda observada nos últimos trimestres. ???No trimestre encerrado em fevereiro, houve retração da população que buscava trabalho, o que já vinha acontecendo em trimestres anteriores. A diferença é que neste trimestre não se observou um crescimento significativo da população ocupada???, afirma.
Enquanto isso, o percentual de pessoas ocupadas dentro da população com idade para trabalhar foi estimado em 58,6%, 0,9 ponto percentual a mais que no último levantamento. O número de pessoas ocupadas foi de 17,5 milhões, o que corresponde a 64,7%. O patamar se manteve estável em relação ao trimestre passado.
Apesar da queda da desocupação, o rendimento médio mensal recebido por mineiros acima de 14 anos foi de R$ 2.220 no quarto trimestre, o que corresponde a uma queda de 2,71% no comparativo com o terceiro trimestre de 2021 e de 6,13% em relação ao quatro trimestre de 2020.
O rendimento médio dos mineiros na última pesquisa do IBGE foi menor do que estados como Goiás (R$ 2.396), Espírito Santo (R$ 2.481), Mato Grosso do Sul (R$ 2.572), Mato Grosso (R$ 2.521), Paraná (R$ 2.690), Rio Grande do Sul (R$ 2.792), Santa Catarina (R$ 2.823), Rio de Janeiro (R$ 2.943) e São Paulo (R$ 2.946).

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