Quem foi à Fonte Nova nesta sexta-feira (8) com certeza reparou, no segundo tempo, torcedores do Bahia fazendo o clássico movimento de braços que faz referência a um dos animais mais temidos da fauna brasileira: o jacaré. O que é isso? Um filme? Poderia até ser, mas o roteiro não se encaixaria nem mesmo na ficção mais pretensiosa dos apaixonados pelo Esquadrão. Afinal, quem imaginaria que, após a saída de Hugo Rodallega, referência do time, surgiria um herói digno de cinema? Pois surgiu: Vítor Jacaré.
Autor de dois gols, o atacante assombrou a zaga do Cruzeiro e garantiu ao Bahia o triunfo na primeira rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Após a partida, o técnico Guto Ferreira explicou a escolha pelo reforço e o elogiou: “Que estreia, hein?”.
“Na hora que eu tinha Rodallega, precisava de muito jogo associativo. Raí tem esse jogo de associação. Quando entra [Matheus] Davó, preciso de alguém com velocidade para acompanhar ele. Se Raí está desgastado, quem tem velocidade para acompanhar? Jacaré. Trocamos os dois. Na primeira bola do Davó, ele pifou o Jacaré, e que estreia, hein? No primeiro toque na bola ele empurrou para dentro e caiu na graça da torcida”, afirmou Guto.
De fato, caiu. Mas a trajetória dele até aqui, lembrou o treinador, não foi fácil. “Conhecemos Jacaré no Ceará, e no melhor momento ele teve uma lesão de [ligamento] cruzado. A recuperação foi um pouco complicada, teve alguns problemas. Ele teve de voltar para a mesa de cirurgia duas ou três vezes. A recuperação, que seria em oito meses, foi em um ano. Mas é um menino muito determinado. O que ele fez é fruto do que faz diariamente nos treinos, da entrega que tem. Não tem tempo ruim para ele. Sempre trabalha no máximo”, contou.
Se ele vai conquistar a vaga de titular só a sequência vai dizer. O comandante diz que ainda é cedo para saber. Enquanto isso, a torcida comemora a boa estreia, como diz o meme, “jacarezada”.
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