Serra do Curral: falta de plano de risco hídrico de mineração é questionada

Publicado:

Movimentos contrários à instalação da Taquaril Mineração S.A (Tamisa) na Serra do Curral questionaram, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (5/5), a falta de um plano da empresa para o risco hídrico da atividade.

Na área de desejo da mineradora está instalada uma adutora, responsável por transportar 70% da água tratada utilizada pelos belo-horizontinos. “Não existe um plano de emergência, caso o haja um rompimento dessa estrutura. Se algum dia ela romper, nós ficaremos desabastecidos na capital”, afirma o engenheiro ambiental Felipe Gomes.

Leia: Serra do Curral: Justiça tenta notificar Tamisa, mas encontra sede fechada

“Não existe obra de engenharia com risco zero, tanto que é necessário fazer um seguro do projeto. Se você vai explodir dinamites, promover um intenso tráfego de caminhões, instalar bacia de sedimentos, próximo a uma adutora, então, há sim riscos para o abastecimento da da cidade”, argumenta Gomes.

A questão hídrica, segundo a arquiteta e urbanista Cláudia Pires, conselheira do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/Seção Minas Gerais), poderá ser um problema para a capital. “A mineração rebaixa o lençol freático. Na prática, isso compromete a segurança hídrica. Quando eu era criança, me lembro de pegar da torneira uma água barrenta, que vinha do córrego da mina Águas Claras”, comenta.

O risco também é citado pela Prefeitura de Belo Horizonte em ação ajuizada para suspender a licença concedida à mineradora. “O empreendimento sujeitaria a referida adutora a riscos de recalques provocados por movimentações do solo em decorrência de detonações ou de rebaixamento de lençol freático”, lê-se em trecho da ação, assinada por Caio Perona, chefe de uma das subprocuradorias-gerais do município.

Leia: Fuad sobre a Serra do Curral: ‘O que querem fazer é uma monstruosidade’

A PBH também ressalta que o rompimento da adutora implicaria em desabastecimento e rodízio prolongados em muitas regiões da capital.

O processo de exploração da Tamisa tem duas etapas: na primeira, espera-se extrair 31 milhões de toneladas de minério ao longo de 13 anos. Enquanto a segunda, consiste na lavra de 3 milhões de toneladas de itabirito friável rico, com dois anos de implantação e nove de operação.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Onde a morte não é o fim da vida

  O Museu de Ciências Morfológicas (MCM) da UFMG é responsável pela extensão entre o estudo de células, embriões, tecidos e anatomia com toda a comunidade da capital. Fundado há 27 anos pela professora Maria das Graças Ribeiro, o museu é focado no ser humano, com a maioria da exposição sendo composta por materiais reais.

Chuva: Sete Lagoas registra alagamentos e pessoas desalojadas

O município de Sete Lagoas, na Região Metropolitana de BH, foi atingido por fortes chuvas no fim da tarde desta terça-feira (31/10). Há registro de moradores desalojados e alagamento em muitas avenidas. Segundo o Corpo de Bombeiros, uma pessoa chegou a ficar ilhada, porém, conseguiu sair do local sozinha.  Cerca de dez casas, localizadas no

Médico é preso por crime sexual no interior de Minas Gerais

Portal Gerais* Um médico, de 37 anos, foi preso em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, nesta terça-feira (31/10), suspeito de crime sexual ocorrido em Nova Serrana. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Conforme o delegado responsável pelo caso, Diógenes Caldas, as investigações tiveram início em maio deste ano. Uma paciente procurou a polícia