Valor da cesta básica em BH chega a quase 60% de um salário mínimo

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Quem mora em Belo Horizonte sente no bolso os impactos do aumento do custo de vida na cidade. Dados apresentados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis (Ipead) de Minas Gerais apontam que a cesta básica teve uma alta de 3% em abril, chegando a R$ 716,26, equivalente a 59,10% do salário mínimo atual. Esse é o maior valor atingido pela cesta básica em BH. 
O custo médio da cesta básica representa os gastos de um trabalhador adulto com a alimentação, baseada em 13 produtos, conforme o Decreto-Lei 399/38. Em abril, os principais alimentos responsáveis por essa alta foram o tomate (11,54%), batata inglesa (16,74%) e o pão francês (5,45%).
A dona de casa Rita Valéria Ferreira, de 58 anos, diz que de um mês para o outro os preços subiram muito. Além disso, ela pontua que o custo de vida está cada vez mais alto na capital mineira. “No geral, tudo está muito, muito caro. Hoje a compra aqui em casa ficou em torno de R$ 770. De um mês para o outro a diferença está muito grande, quase R$ 100 a mais”, relatou ao Estado de Minas.
Com os preços elevados, a dona de casa busca alternativas para balancear as compras. “O básico que é o café, óleo, feijão, açúcar, é nessa faixa de R$ 700, mas a gente não vive só de arroz, feijão e óleo, né? A gente come outras coisas”, pontua. “O jeito é você comprar pão dia sim dia não. Eu compro biscoito, às vezes faço. Ontem mesmo eu fiz bolo. Vou dividindo as coisas”, completa. 

Custo de vida mais elevado

Na capital mineira não foi só a questão alimentícia que teve alta. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a evolução dos gastos das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, teve aumento de 0,86% em abril, conforme o Ipead.
O cálculo é realizado através do índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR) que através de um cálculo mensal, acompanha aproximadamente 242 produtos, onde são observados a variação de preço, com base em pesos, que definem os itens de maior relevância para a composição das famílias. Este índice leva em conta tanto produtos alimentícios quanto com itens não alimentícios.
O estudo destaca que, em termos de variação no mês de abril, os alimentos industrializados apresentaram a maior alta, equivalente a 4,06%. Em seguida, alimentos de elaboração primária (3,82)%; vestuário e complementos (2,32%); alimentação em restaurante (2,07%). Além disso, saúde e cuidados pessoais (1,96); artigos de residência (1,26).
O único índice a apresentar queda foi ‘bebidas em bares e restaurantes’, tendo baixa de 1,22%.

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