A presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), Marília Palhares Machado, nomeada no último dia 14 de maio pelo governador Romeu Zema (Novo), é prima de primeiro grau de sócio da Taquaril Mineração S/A (Tamisa), empresa que conseguiu sinal verde para mineração na Serra do Curral.
Conforme apurado pela Agência Pública, o pai de Marília, Abel de Oliveira Machado, é irmão do pai de Guilherme Augusto Gonçalves Machado, diretor executivo e sócio da Tamisa.
Como presidente do Iepha, Marília assumiu também a secretaria-executiva do Conselho Estadual de Patrimônio Cultural (Conep), órgão que decidirá sobre o tombamento estadual da Serra do Curral. O processo é visto por defensores do espaço como um passo importante para tentar barrar a licença de exploração dada à Tamisa.
Por meio de nota, o governo de Minas Gerais informou que Marília foi convidada a assumir o cargo por seu currículo, experiência e trajetória em defesa do patrimônio histórico. No Iepha-MG, Marília já exerceu a função de superintendente e diretora de promoção, destacando o Prêmio Nacional Rodrigo Melo Franco.
A arquiteta assumiu a presidência da fundação após a exoneração do antigo presidente, Felipe Cardoso Vale Pires, assinada quinze dias depois de o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) aprovar o projeto de mineração da Tamisa.
Em março, Felipe enviou um ofício ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) revelando que o projeto não havia tramitado pelo Iepha. “Não passou por análise do órgão, quanto à avaliação de impacto ao patrimônio cultural, e não possui manifestação/anuência expedida por este órgão estadual de proteção”, declarou no documento.
Segundo o governo de Minas, Felipe deixou o cargo a pedido, encaminhado há três meses. “A alternância na presidência do Iepha dará continuidade às boas práticas de gestão e condução transparente dos trabalhos”, afirmou o gabinete por meio de nota.
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