Deputada afirma que lei Henry Borel busca não só punir, mas prevenir violência contra crianças

Publicado:

Cerca de 100 mil crianças e adolescentes morreram em 10 anos por violência doméstica e familiar. A informação foi citada pela deputada federal Jaqueline Cassol (PP-RO), autora da Lei Henry Borel, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira, 24. Entre outros pontos, o texto torna hediondo o homicídio contra menor de 14 anos, sendo então inafiançável. Além disso, a matéria também cria mecanismo para ???prevenir e proteger??? as crianças de futuras agressões. ???Defendo que não é só punir. Você tem que punir, mas através da lei vamos conseguir interligar a comunidade escolar, na pós-pandemia os adolescentes voltando, e a responsabilidade daqueles que têm conhecimento de um abuso e se cala. [???] Além do crime hediondo, vejo que uma das principais situações foi realmente a criação da figura de responsabilidade e a questão da proteção para difundir ideias dentro das escolas, igrejas e todos os lugares???, pontuou Jaqueline Cassol, durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News.

A Lei 14.344 de 2022 carrega o nome do pequeno Henry Borel, assassinado no ano passado, aos 4 anos, após agressão e espancamento. A mãe do menino, Monique Medeiros, e o padrasto Dr. Jairinho, agora ex-vereador do Rio de Janeiro, são réu em inquérito sobre a morte do garoto. Para a deputada federal, a repercussão do caso fez com que a sociedade tivesse ???mais atenção??? para a violência contra crianças e, agora, a legislação atual trará mecanismos para facilitar denúncias de episódios semelhantes. ???No caso do Henry Borel, a babá tinha conhecimento das agressões, sem falar na mãe e outros parentes. Olha a importância de se comunicar e ir atrás de ajuda. Vejo que os menores caixões são os mais pesados de se carregar, as crianças são indefesas e muitas vezes as mãos que afagos são as que cometem crime. Por isso, o cuidado que a sociedade tem que ter, por isso a prevenção e a conscientização???, completou. 

Citando a Lei Maria da Penha, de proteção à violência contra a mulher, Jaqueline Cassol disse que a Lei Henry Borel busca o mesmo reconhecimento. ???Hoje, o homem sabe que se bater em mulher vai para cadeia, queremos que seja difundido para as crianças???, ressaltou a parlamentar, citando novamente a proposta de prevenção dos crimes. ???Punir é importante, mas antes de punir tem que prevenir e proteger. Com essa lei queremos impedir que crianças e adolescentes, assim como o pequeno Henry, venham a perder a vida. Ou tantos outros que não perdem a vida, mas são abusados, mantidos em cárcere, sofrem todas as formas de agressões possíveis. Não é só a morte, a gente quer proteger de todas as formas de agressão???, concluiu. Com a nova lei, a ideia é que o Conselho Tutelar, possa acionar autoridades policiais e solicitar à Justiça afastamento e prisão de agressores, prevenindo que novas violências e mortes de crianças e adolescentes aconteçam. Além disso, a legislação também estabelece o dia 13 de maio, aniversário de Henry Borel, como o Dia Nacional de Combate à Violência de Criança e Adolescentes.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Ceni detalha vitória do Bahia sobre Bragantino em virada de 2 x 1

Neste domingo, o Bahia venceu o Bragantino por 2 a 1 na Arena Fonte Nova, e o técnico Rogério Ceni comentou sobre o...

Quem era a jovem de 20 anos morta durante assalto na zona leste de SP

Na noite de sábado, 1º de novembro, Beatriz Sorrilha Munhos, de 20 anos, foi tragicamente morta após ser baleada na cabeça durante um...

“Entregamos tudo e deram tiro na cabeça dela”, diz pai de jovem morta

O pai de Beatriz Munhoz, uma jovem de 20 anos, se manifestou em redes sociais após a morte violenta da filha,...