O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Fundação Amazônia Sustentável divulgaram notas em que cobram apuração séria e responsabilização política pelo assassinato do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira.
O Cimi, que é ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pede sejam apuradas as responsabilidades políticas que permitiram a morte de Bruno e de Dom.
???Exigimos das autoridades que esses assassinatos sejam imediatamente apurados, alcançando todos os atores que lucram e participam dos esquemas de invasão e exploração ilegal no Vale do Javari???, ressalta a nota.
O texto completa: ????? fundamental que o Estado brasileiro retome, de forma imediata, a política de proteção à vida e aos territórios dos povos indígenas.???
Na mesma tendência, a Fundação Amazônia Sustentável afirma que as mortes ???expõem de forma dramática uma realidade que contamina toda a Amazônia??? e cita o avanço do crime organizado.
???Isso ocorre em maior ou menor grau nos diferentes territórios da Amazônia, tanto no Brasil quanto nos demais países da região. Infelizmente, esse trágico episódio reflete uma realidade dramática, que resulta em dezenas de mortes de lideranças de povos indígenas, populações tradicionais e ambientalistas, a maior parte delas que termina no anonimato e na impunidade. ?? urgente uma mudança profunda na gestão pública na Amazônia, desde a narrativa até as ações práticas dos órgãos governamentais???, critica.
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Indigenista Bruno Araújo Pereira e jornalista Dom Phillips Indigenista Bruno Araújo Pereira e jornalista Dom Phillips Arquivo pessoal
Bruno Araújo e Dom Phillips, desaparecidos no AM As buscas começaram no dia 6 de junho Divulgação
bruno-pereira Bruno é considerado um dos indigenistas mais experientes da Funai Divulgação/Funai
Dom Phillips jornalista britânico Dom Phillips está trabalhando em um livro sobre meio ambiente e, antes de desaparecer, pretendia realizar entrevistas nas comunidades locais Redes sociais/reprodução
Delegacia do Amazonas O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso Erlon Rodrigues/PC-AM
Mapa Vale do Javari_Prancheta 1 A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru Arte/Metrópoles
Vale Javari Alvo da cobiça de garimpeiros, o Vale do Javari é usado como rota para tráfico de cocaína Adam Mol/Funai/Reprodução
buscas amazonas O Itamaraty diz que o governo brasileiro tomou conhecimento, ???com grande preocupação???, do caso, e que tem atuado para esclarecer o que ocorreu Reprodução/Twitter/@andersongtorres
Jornalista inglês Dom Phillips Dom Phillips é colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e mora em Salvador Twitter/Reprodução
0 Mais sobre o assunto Na Mira PF investiga 5 pessoas envolvidas na morte de Dom e Bruno no Amazonas Brasil Prefeito diz que morte de Dom e Bruno é ???crime bárbaro e cruel??? Brasil Mundo repercute morte de Bruno e Dom: ???História sangrenta da Amazônia??? Ricardo Noblat Como Dom e Bruno se uniram pela Amazônia (por A. Downie e T. Phillips) Os irmãos Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como ???Pelado???, e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, são os principais suspeitos. Inicialmente, a investida teria ocorrido por Dom e Bruno terem flagrado pesca ilegal na região.
Fontes da Polícia Federal informaram, na tarde desta quarta-feira (15/6), que os dois irmãos confessaram ter matado a dupla. As mesmas fontes revelaram ao Metrópoles que Pelado teria confessado ???parte??? do crime.
Segundo o relato de um dos integrantes da PF, o suspeito teria dito que sabe quem executou o jornalista e o indigenista, mas que não participou diretamente dos homicídios. Teria, contudo, ajudado a queimar e a enterrar os corpos. Ele levou investigadores ao local onde estariam os corpos das vítimas na tarde desta quarta-feira.
As buscas pelo jornalista e pelo indigenista duraram 11 dias. A Polícia Federal concentrou os esforços nos últimos dias em áreas próximas ao Rio Itaquaí, onde objetos pessoais dos desaparecidos foram encontrados.
Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira se deslocavam com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que atua perto do Lago do Jaburu. O jornalista pretendia realizar entrevistas com os habitantes daquela região.
De acordo com relatos, o desaparecimento ocorreu no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte.
As vítimas Bruno é considerado um dos indigenistas mais experientes da Fundação Nacional do Índio (Funai).
No órgão desde 2010, ele foi coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte por cinco anos. Em 2019, após combater mineração ilegal em terras indígenas, Bruno foi dispensado do cargo de chefia.
A exoneração do servidor ocorreu no momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um projeto para liberar garimpos nas reservas.
O indigenista está licenciado da Funai e atualmente faz parte do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente (Opi).
Bruno era alvo constante de ameaças, devido ao trabalho desempenhado junto aos indígenas, contra invasores.
Jornalista preparava livro Dom Phillips era um jornalista colaborador do veículo britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e mora em Salvador.
Com apoio da Fundação Alicia Patterson, Phillips trabalha em um livro sobre meio ambiente.
Além do Guardian, Phillips já publicou textos no Financial Times, New York Times, Washington Post e em agências internacionais de notícias.
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Entidades cobram responsabilização política pela morte de Dom e Bruno
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