Otan se prepara para anunciar o maior reforço militar já feito pela Aliança desde a Guerra Fria. Os líderes vão se reunir nesta quarta-feira, 29, na cúpula de Madri, e pretendem transformar sua Força de Resposta para enfrentar a ameaça representada pela Rússia, anunciou nesta segunda-feira, 27, o secretário-geral da Aliança Atlântica. ???Acredito que os aliados deixarão claro em Madri que consideram a Rússia como a maior e mais direta ameaça para a nossa segurança???, declarou o norueguês Jens Stoltenberg ao apresentar a agenda da cúpula. ???Vamos fortalecer nossos grupamentos táticos na parte leste da Aliança, até o nível de brigada???, acrescentou.
Ao todo, oito grupamentos táticos já foram criados e estão sediados na Lituânia, Estônia, Letônia, Polônia, Romênia, Hungria, Eslováquia e Bulgária. Os reforços serão de unidades ???pré-designadas??? em outros países da Aliança, chamadas a intervir nesses países onde armas pesadas terão sido pré-posicionadas, explicou o secretário-geral da Otan. A Alemanha, líder do Grupamento Tático na Lituânia, anunciou sua intenção de elevar sua capacidade ao nível de uma brigada, mas a maior parte das tropas permanecerá estacionada no país. A Aliança também ???transformará sua Força de Resposta???, de 40 mil soldados, e aumentará o número de seu contingente de alta prontidão ???bem acima??? de 300 mil militares.
???Ao fazer isso, fornecemos uma dissuasão confiável, cujo objetivo não é provocar um conflito, mas impedir que a Rússia ou qualquer outro adversário em potencial ataque um país aliado???, insistiu. ???Juntas, essas medidas constituem a maior reformulação de nossa defesa e presença coletiva desde a Guerra Fria. E, para isso, devemos investir mais???, alertou Stoltenberg. O secretário-geral não informou, porém, detalhes sobre a origem das forças adicionais ou como poderão ser mobilizadas.
Os aliados da Otan se comprometeram a dedicar 2% de seu PIB aos gastos com defesa em 2024, mas apenas nove dos 30 membros atingiram essa meta em 2022 (Grécia, Estados Unidos, Polônia, Lituânia, Estônia, Reino Unido, Letônia, Croácia e Eslováquia). A França investe 1,90%, a Itália 1,54%, a Alemanha 1,44% e a Espanha, país anfitrião da cúpula, é o penúltimo da lista com 1,01%, à frente do Luxemburgo (0,58%), segundo dados publicados nesta segunda-feira pela Otan.
Comentários Facebook