O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou, nesta segunda-feira (11/7), sobre o assassinato do guarda municipal e tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, ocorrido no último dia 9. O chefe do Executivo ainda reclamou de ter o nome associado ao caso.
??O que eu tenho a ver com esse episódio de Foz Iguaçu? Nada?, disse à jornalista em entrevista no Palácio do Planalto. Ao ser perguntado se a polarização política contribuiria para episódios do tipo, Bolsonaro respondeu ser “contra qualquer ato de violência”.
??Somos contra qualquer ato de violência. Eu já sofri um (ato) disso na pele. A gente espera que não aconteça, obviamente. Está polarizada a questão. Agora, o histórico de violência não é do meu lado. ? do lado de lá?, alegou.
??Querem me criminalizar o tempo todo. ? o tempo todo batendo na mesma tecla como se eu fosse responsável por ódio no Brasil. Pelo amor de Deus. Só falta daqui a pouco vir me culpar também por briga de torcida dado o time que eu torço.”, ironizou.
Bolsonaro disse ainda não apoiar atos de violência. ??Eu não apoio. Não estou do lado de ninguém que, pela violência, faz política?, acrescentou. E voltou a falar de ??guerra do bem contra o mal?. “Não existe? Você acha que não existe uma guerra do bem contra o mal? Só tem um santo? Só tem um santo assim? Olha o que o outro lado quer e olha o que o lado de cá defende?, disse em referência ao PT.
Por fim, comparou o caso com o atentado sofrido em Juiz de Fora, em 2018.
??O cara faz um boletim de ocorrência, diz ele que [o agressor] chega lá gritando ‘sou Bolsonaro’. Eu não vi. E eles grafaram na Folha de S. Paulo: ‘Bolsonarista mata’. Quando o Adélio me esfaqueou, ninguém falou que ele era filiado ao PSOL”.
Mais cedo, em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, o presidente voltou a comparar os casos. ??Vocês viram o que aconteceu ontem, né? Uma briga entre duas pessoas lá em Foz do Iguaçu. ‘Bolsonarista, não sei o que lá’. Agora, ninguém fala que o Adélio é filiado ao PSol, né??.
Arruda foi morto a tiros no sábado (9/7) durante a própria festa de aniversário, de 50 anos, que tinha como tema o Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo relatos, o atirador seria apoiador do presidente e invadiu a festa gritando o nome do político. Jorge José da Rocha Guaranho é o agente penitenciário que, de acordo com o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil do estado, teria matado o guarda municipal. Ele está internado em estado estável em um hospital local.
No dia, Bolsonaro disse dispensar “qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores”.
“A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos”, continuou na mesma linha, sem citar nomes.
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