Entenda como o AVC pode afetar jovens e como evitar morte precoce

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Quando se pensa em Acidente Vascular Cerebral (AVC), muitos logo associam o problema a pessoas mais velhas, na faixa etária acima dos 60 anos. No entanto, há casos de pessoas longe dos 60 que morreram, como o soteropolitano Adriano Lacerda.

Pela idade e por não apresentar nada além de frequentes dores de cabeça, a morte de Adriano pegou todos de surpresa. O neurologista Aroldo Bacellar afirma que casos como este não são comuns. “[O vaso] costuma se romper em pessoas mais idosas, de 60 anos por aí. Como é a má formação de um vaso mais fraco, com o passar do tempo, o idoso, sobretudo quando é hipertenso, bebe e fuma, tem mais riscos do aneurisma romper. Porém, muita gente tem o aneurisma e nem sabe, cerca de 5% da população”, fala Bacellar.

Antônio Andrade, neurologista e professor do Departamento de Neuropsiquiatria da Ufba, explica que a morte súbita em pacientes jovens assintomáticos ocorre, geralmente, após rupturas de malformações cerebrais. ??Isso é muito comum neste tipo de paciente com início de dor de cabeça e que vinha bem, sem crise nenhuma, e de repente apresenta cefaleia forte, crise convulsiva e coma. Esse problema é genético e há uma predisposição dos indivíduos terem vasos malformados”, pontua ele, ressaltando que o problema pode ser causado por um trauma. 

Por isso, quando alguém tem aneurisma, recomenda-se investigar porque há possibilidade dos familiares serem portadores de aneurisma assintomático. Em todo caso, Aroldo Bacellar destaca que a dor de cabeça persistente deve ser motivo para checar possíveis problemas.

“Na maioria das vezes, dor de cabeça recorrente não quer dizer nada. Tem risco para AVC quem tem enxaqueca com aura, que é aquela que vem com alterações visuais. Dor de cabeça forte e contínua demanda ida ao médico. Mesmo que não tenha nada demais, isso tem que ser tratado porque tira a qualidade de vida. Então, é preciso ir ao neurologista porque é um sintoma neurológica”, aponta o médico neurologista.

Antônio Andrade, que também é presidente da fundação de neurologia e neurocirurgia, corrobora com a fala do colega e afirma que as dores de cabeça frequentes precisam ser investigadas para evitar maiores problemas. “Uma dor de cabeça, uma cefaleia tem sempre que ser investigada. Embora estatisticamente 70% das dores de cabeça sejam ligadas a fatores estressantes e cefaleias tensionais, os 30% restantes são várias condições. Pode ser aneurisma ou sequelas de traumas”, completa o neurologista.
 

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