Primeiro do alto escalão do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) a se manifestar sobre os casos de assédio envolvendo o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) condenou a conduta do economista.
???Em termos operacionais, o trabalho do Pedro foi muito bom e a Caixa avançou bastante ao longo desses anos, mas lamentavelmente, nessa parte moral, falhou. E falhou feio???, disse Mourão, na chegada ao Palácio do Planalto, nesta sexta-feira (1º/7).
O general ainda ressaltou sua experiência militar, pontuando que o assédio, a qualquer subordinado que seja, é inadimissível. Ele ainda disse que a nomeação de Daniella Marques para o lugar de Guimarães é uma resposta ???muito eficaz???.
???Eu sou militar. [Tenho] 46 anos dentro das Forças Armadas, que é onde a gente atua dentro de honra, lealdade integridade e probidade. Então, qualquer tipo de assédio que é feito por superior sobre um subordinado é uma das piores coisas que pode acontecer. Isso não concordo em hipótese alguma. Ao longo da minha vida, se algum subordinado não tava atuando bem, eu sempre o chamei e procurei corrigir e nunca assediá-lo. [???]???, disse.
O general ainda saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL), quanto à omissão de demitir o ex-presidente da estatal imediatamente. Para Mourão, o mandatário não deve ter se contentado com a argumentação de Guimarães e pediu para que ele mesmo se demitisse, como ocorreu.
???Quando você recebe qualquer denúncia, você primeiro chama a pessoa, conversa com ela, ouve o lado dela. ?? o famoso ???contraditório e ampla defesa???. A partir do momento que eu acho que as justificativas que o Pedro deu ao presidente não foram aquelas que ele julgava pertinentes, o presidente deve ter dito pra ele: ???por favor, peça pra sair???. Acho que foi isso que aconteceu???, sugeriu Mourão.
???Não é simples você trabalhar com pessoas, você tem que saber quais são os limites, principalmente quando você é chefe, né. Até onde você pode ter um determinado relacionamento ou relação com seus subordinados, seja ele homem ou mulher. Então isso é uma questão de bom senso e todas as empresas hoje elas tem um decálogo em relação a esse comportamento que as pessoas têm que ter. Então, acho que é um episódio só, nada mais que isso???, finalizou.
Demissão de Pedro Guimarães A demissão de Guimarães ocorreu um dia após a coluna do jornalista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, revelar que o agora ex-presidente da Caixa é acusado por um grupo de funcionárias do banco de assédio sexual (leia mais abaixo). O caso é investigado, sob sigilo, pelo Ministério Público Federal.
Após a revelação do caso, Guimarães conversou ao menos duas vezes com Bolsonaro. Uma na noite de terça-feira (28/6), no Palácio da Alvorada, e outra na manhã de quarta-feira (29/6), no Palácio do Planalto.
Guimarães então escreveu uma carta na qual negava as denúncias, ressaltando conquistas durante sua gestão e diz prezar pela ???garantia da igualdade de gêneros??? e pela ???liderança feminina em todos os níveis da empresa???.
Ele estava à frente do banco desde o início do governo Bolsonaro, em 2019. Depois de as denúncias virem a público, a presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministra Ana Arraes, também determinou que a corte fiscalize os mecanismos de ???prevenção e combate??? ao assédio existente na Caixa Econômica Federal.
Leia a íntegra da carta aqui.
Denúncias de assédio sexual Um grupo de funcionárias decidiu romper o silêncio e denunciar as situações pelas quais passaram. Todas elas trabalham ou trabalharam em equipes que servem diretamente ao gabinete da presidência da Caixa.
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