? Bahia: História, cultura, tecnologia e o renascimento do Castelo Garcia D??Ávila

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Castelos são pontos turísticos importantes em todo o mundo, sendo atrações para milhões de turistas e sede de milhares de eventos todos os anos. Mas foi só em plena pandemia da Covid-19 que um castelo baiano renasceu para se transformar não só num espaço de transformação cultural e educacional, como também um cenário inesquecível e luxuoso para grandes momentos. A poucas horas de Salvador, o Castelo Garcia D’Ávila, no município de Mata de São João, conseguiu em pouco tempo reconquistar o seu espaço.

 

A área onde existe o castelo foi vendida em 1970 para o empresário paulista  Wilhelm Hermann Klaus Peters, que decidiu dar um sentido mais amplo para as ruínas da Casa da Torre, construída em 1551 e conhecida como Castelo Garcia D’ávila. Em 1938, a casa construída em 1551 já havia sido tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mas foi Wilhelm que decidiu dar acesso para que o público conhecesse parte da história do país.

A partir de então, foram feitos trabalhos de escavação para a identificação de achados arqueológicos importantes, e instaladas as primeiras passarelas metálicas para acesso ao andar superior da casa, destruída por um incêndio provocado por escravos . Ainda assim, ao longo dos últimos 40 anos, o espaço gerido pela Fundação Garcia D’Ávila não conseguia recursos para investir em uma estrutura capaz de atrair cada vez mais turistas.

 

Porém, a situação mudou em 2019, quando o grupo conseguiu, graças a uma emenda parlamentar, a verba para a reforma (relembre aqui). “Durante todos esses anos, o custo sempre foi muito alto e as empresas parceiras, como Hiper Ideal e Enseada do Castelo, bancavam essa estrutura. A gente não tinha muito o que oferecer além da vista maravilhosa e das próprias ruínas”, contou à coluna a presidente do Conselho Curador, Geisy Fiedra.

 

Ainda segundo Geisy, durante a pandemia a equipe participou unida do projeto do museu, que precisava ser moderno. “Foi feita toda uma reestruturação. Nós contratamos a curadora Rose Lima, tivemos arqueólogos que participaram ativamente, e com isso foi feito o primeiro museu da fundação, que precisava ser interativo, ter tecnologia, ser um museu do século atual”, detalhou.

Entre as descobertas arqueológicas, estão peças portuguesas, achado indígenas, e até do Japão – que provavelmente foram presentes recebidos pelas gerações que lá viveram.

 

Mas entre os destaques do museu, a presidente do grupo reforça o video mapping, momento em que as fachadas do século XVI recebem um show de luzes e sons que contam a história da edificação. O espetáculo foi criado pelos renomados VJs Gabiru, Grazi e Speto e é apresentado durante a noite. “São 3 video mappings. Na fachada da frente a gente faz o revezamento de dois, e ao fundo, na arquibancada, é o mapping de duração maior, mais ou menos 20 minutos, em que você vê nas ruínas tudo que aconteceu ali, de uma história de 470 anos”, explicou Geisy.

Recentemente, a fundação inaugurou ainda um coffee shop e uma loja. A intenção é poder ampliar em breve esses espaços, para contribuir para a sustentabilidade da fundação.

Outra fonte de renda são os eventos, que passaram a acontecer a partir da reabertura, em 2021, como aniversários e casamentos. “A realização de eventos é importante por dois motivos. Primeiro porque a gente não pode deixar de falar da questão da receita, para a própria manutenção. Nós temos 22 funcionários, que é uma equipe enxuta dentro do tamanho e do trabalho que temos. E segundo porque é uma forma de divulgação do próprio Castelo. Os convidados chegam lá e conhecem o espaço, além da gente estar recebendo muitos eventos de outros estados, como pessoas de São Paulo, e até de países como Portugal”, apontou a presidente da fundação.

 

Porém, mesmo durante os eventos a prioridade continua a ser os visitantes. “Qualquer evento, a gente usa como premissa não atrapalhar a programação, os horários do museu, do video mapping”, explicou a presidente, citando ainda outros eventos promovidos pela própria fundação, como o Festival de Jazz, apoiado pelo programa do governo da Bahia Fazcultura. A ideia é fazer algo integrado, garantindo o cuidado às ruínas, mas também levando programações culturais para a comunidade. Geisy adiantou que já há outros projetos em pauta, para os quais eles buscam patrocinadores.

 

Hoje, a Fundação Garcia D’Ávila tem como parceiros o Iphan, Hiperideal, o hotel Tivoli e a Bee Web.

 

Para quem quer conhecer o Castelo, a entrada custa R$ 30 (inteira), mas tem desconto para grupos de cinco adultos. A meia-entrada vale para estudantes, PCD, maiores de 60 anos, professores e militares. Além disso, crianças até 5 anos não pagam, assim como pessoas que nasceram em Mata de São João (desde que mostrem o documento comprovando a naturalidade).

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