‘Não podemos cancelar e virar as costas’, afirma Freeland sobre contratação de Marcinho

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O diretor de futebol do Bahia, Eduardo Freeland, voltou a falar sobre a contratação do lateral-direito Marcinho nesta terça-feira (2), no CT Evaristo de Macedo. Em coletiva de imprensa, o dirigente comentou a repercussão negativa e defendeu o acerto citando as posições favoráveis ao acerto. Segundo ele, o clube entendeu que o atleta precisa voltar a trabalhar. Em 2020, Marcinho atropelou e matou um casal de professores e responde processo.

 

“De certa forma, a gente esperava uma repercussão negativa, mas a gente vê uma repercussão positiva e a gente é muito sensível a esse tipo de discussão porque é um tema relevante. A gente procura ser racional, analisar a coisa de forma crítica e atenta. O fato de ser o jogador que foi, eu conhecer o histórico pesa. Nenhuma decisão é tomada por uma pessoa só. Mas sim, o presidente me deu a chave do futebol e a decisão final foi me dada carta branca. Entendendo o jogador que é, a situação… Claro que vai ter pessoas pensando positivo, pessoas contrárias. A gente espera essa discussão no melhor nível possível. A gente tem que tomar cuidado com a cultura do ódio. ?? o ser humano, uma pessoa que precisa voltar a trabalhar, pediu perdão, cometeu erros e a Justiça está julgando o caso. A gente entende que tem que ter Justiça. A coisa vai ser muito respeitada, como se fosse qualquer outra profissão. Ele não voltaria a trabalhar? A gente entende e respeita qualquer discussão e depois de analisar por dois meses, entendemos que faz sentido oportunizar e voltar a trabalhar. Isso eleva o nível da equipe e vai nos ajudar a conquistar o acesso”, disse.

 

Questionado se o Núcleo de Ações Afirmativas do Bahia foi consultado, Eduardo Freeland valorizou as políticas inclusivas do Tricolor, mas pontuou que Marcinho não pode ser atingido pela “cultura do cancelamento”.

 

“Uma das grandes admirações do Bahia são as políticas inclusivas. Isso marca muito a história do Bahia e a gente também tem uma análise de que também podemos perceber uma percepção contrária do que as pessoas estão trazendo. Estamos falando de incluir um atleta. Já fez acordo com as famílias e está sendo julgada. Estamos falando de outro ser humano e me sinto confortável em dizer que é um jogador sério, dedicado e comprometido. Todos nós cometemos erros e ele cometeu e está pagando. Não podemos cancelar ele e virar as costas”, disse.

 

“Sempre vi o Bahia com um lado humano forte. O lado humano se aflora de várias formas, volto a falar das políticas inclusivas. A gente discutiu e essa discussão gerou em torno desse ponto: qual o retorno que vamos ter? O fato de analisar o lado humano fez com que a gente entendesse que faria sentido”, completou.

 

Com apenas três partidas disputadas em 2022, Marcinho terá de superar a falta de ritmo para se firmar no elenco do Bahia. No entanto, Freeland crê que ele irá se adaptar de forma rápida. Ao falar sobre a disputa da titularidade com os jovens André e Douglas Borel, o gestor afirmou que Marcinho pode servir como exemplo.

 

“A gente tem observado o Marcinho muito preparado. Talvez ele sinta no primeiro e no segundo jogo, mas a adaptação foi boa. Treinou em um volume grande, participou do período. Sobre isso, não nos preocupa. Com relação a André e Borel, sempre sou favorável a ter um jogador mais experiente e outros mais jovens. Muito importante dizer que quem vai escalar é o campo. O Marcinho não vem pra botar a camisa e jogar. O contexto vai falar por si sobre quem vai jogar. Também é o nosso trabalho interno de mostrar para os jovens como um jogador pode crescer na carreira e se espelhar”, pontuou.

 

Emprestado pelo Pafos FC, do Chipre, Marcinho tem contrato com o Bahia até o fim da Série B. 

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