A arma de fogo usada na morte de Cristal Rodrigues Pacheco, de 15 anos, foi apreendida pela Polícia Civil nesta sexta-feira (5). A pistola calibre 6.35 foi achada com um carregador e três munições intactas na casa de um adolescente no Largo Dois de Julho. Com o menor, também foram encontradas porções de cocaína.
Segundo a polícia, a pistola foi entregue ao adolescente pela acusada pelo latrocínio, Andréia Santos Carvalho, de 28 anos, que assumiu em depoimento ter dado o tiro que matou Cristal. Ele escondeu a arma dentro de casa. O menor foi encaminhado à Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI).
Ontem, em coletiva, a delegada Andréa Ribeiro afirmou que a polícia investigava para descobrir como a pistola chegou às mãos das suspeitas.
A mãe de Cristal, Sandra Pacheco, contou em entrevista à TV Aratu que chegou a achar que a arma era falsa. “Não conheço arma de fogo, me parecia ser plástica. Pequena, a bitolinha bem pequena. E ela estava com uma faca peixeira de cabo branco”, disse. Sandra levava as duas filhas para a escola, caminhando, quando foram abordadas pelas duas mulheres, que queriam roubar.
Logo depois da abordagem houve um disparo – toda situação foi rápida. “Ouvi um pá, mas não tinha percebido que tinha acertado, porque não vi sangue. Inclusive quando teve o tiro eu olhei e minha filha tava na mesma posição, encostadinha no muro. E Fernanda mais adiante um pouco”, disse, citando também a filha mais nova, que não ficou ferida.
Quando as duas mulheres saíram em fuga, atravessando a pista sem levar nada, a mãe notou a filha desfalecendo, e mesmo assim não notou sangue na menina. Um homem parou para ajudar e disse que Cristal ainda tinha pulso. “Depois, olhei e sob o escudo da farda começou a sujar um pouco. E quando eu suspendi eu vi aquele pontinho”. A mãe disse que chegou a ficar mais tranquila porque parecia um ferimento superficial.
Uma auxiliar de enfermagem e uma médica que passaram pelo local pararam para ajudar também. Foi a médica quem constatou que Cristal já estava sem vida.
A apreensão da arma aconteceu durante a Operação Purgato, que acontece no Centro de Salvador desde o dia 21 de julho, com objetivo de reprimir furtos, roubos e outos crimes na região. Até agora, oito pessoas foram presas na operação, com ções que acontecem em vários pontos do Centro.
Além de Andréia, a outra suspeita de participar do crime, Gilmara Daiam de Sousa Brito, também já está presa. Ela confessou envolvimento no caso, mas negou ter atirado.
(Foto: Reprodução) |
Suspeita confessou disparo
Presa ontem, Andréia Rasta, como é conhecida, confessou à polícia que atirou em Cristal. A delegada Andréa Ribeiro, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou em coletiva que a suspeita estava escondida na cidade de Nova Soure, mas resolveu se apresentar com um advogado depois que teve prisão decretada pela Justiça.
A polícia ainda não sabe se as duas suspeitas costumavam atuar juntas em crimes pela região. “Estamos fazendo levantamento da vida pregressa, mas o que nos chega é que são muitas passagens (da suspeita) por furtos aqui no Centro”, acrescentou. “Ela confessou o crime e também confirma que ela que efetuou os disparos”.
“Após o crime, ela teve suporte da família e seguiu para o interior do estado. Resolveu se apresentar, acredito que por conta da repercussão do crime, na mídia não só local, mas também nacional”, avalia a delegada.
Ainda não se sabe se o tiro foi dado propositalmente ou foi um disparo acidental, acrescenta Andréa Ribeiro. “São muitas questões que precisam ser esclarecidas, vamos somar tudo que foi apurado para chegar a um resultado”, diz. “Elas não falaram o que queriam, mas a princípio nos parece que a motivação é de cunho patrimonial, queria roubar objetos das vítimas”.
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