O prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB), reclamou, em entrevista ao podcast Projeto Prisma na tarde desta segunda-feira (1º), que não tem conseguido marcar audiências com o governador Rui Costa (PT) para tratar de temas relativos, ao mesmo tempo, às gestões municipal e estadual.
“Logo que me elegi prefeito, por conta da pandemia, eu mantinha um diálogo com maior frequência com o governador. Mas, desde o final do ano passado, não há qualquer diálogo. Eu solicitei por algumas vezes uma audiência para ele, mas não tivemos a oportunidade de conversar, inclusive sobre o transporte público”, afirmou o prefeito.
Sobre o transporte público, Bruno Reis comentou os problemas enfrentados pela prefeitura, em relação ao custeio do sistema de ônibus em Salvador, e pelo governo do estado, que seria o não cumprimento do mínimo de passageiros estabelecido em contrato para a ampliação das linhas. Segundo ele, é preciso encontrar uma saída em conjunto.
“A gente vinha estudando uma solução em conjunto para resolver o problema do transporte. Ele tem um problema, porque ele não consegue transportar o número de passageiros mínimo que está estabelecido em contrato com a CCR. E, por outro lado, a prefeitura tem um grave problema, diante do aumento dos insumos da pandemia, a tarifa não remunera mais o sistema”, analisou Bruno.
O gestor de Salvador ainda aproveitou para ressaltar que não concorda com a solução proposta por Rui Costa em entrevistas recentes. Para o governador, a prefeitura deveria diminuir o número de linhas para não canibalizar o sistema metroviário da Região Metropolitana.
“Queríamos juntos construir uma solução que não passaria por cortar linhas, por obrigar que as pessoas passem pelo metrô. Eu sempre fui contra essa solução, mas estava aberto ao diálogo, para juntos construirmos alternativas. Mas, efetivamente, neste ano de 2022, exceto em solenidades, não houve nenhum contato para tratar dos problemas que são comuns à prefeitura e ao governo do estado”, lamentou.
Bruno Reis jogou para Rui a responsabilidade pela falta de diálogo entre a prefeitura de Salvador e o governo do estado.
“Da minha parte, não há dificuldade. Quem me conhece sabe que eu sou um democrata por essência. Estou na vida pública há quase 25 anos. Não tenho inimigo. Você nunca viu o prefeito falando da vida de ninguém. Eu era um dos deputados estaduais mais atuantes da oposição, por duas vezes destaque parlamentar, e você não vai achar um discurso meu falando desse ou daquele governador, dessa ou daquela pessoa. Eu não faço política contra as pessoas”, disse.
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