A ex-vice-presidente da seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA), Ana Patrícia Dantas Leão, criticou o curto tempo dado pela instituição para candidatos à vaga de desembargador pelo quinto constitucional do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). O edital, publicado na última sexta-feira (9), fixa o prazo de 35 dias para os candidatos pedirem votos.
Ana Patrícia afirma que a democracia da OAB da Bahia é “estranha”. Ela diz que o prazo é bem menor, por exemplo, do que o previsto pela Justiça Eleitoral para as Eleições Gerais de 2022. “Se o tempo oficial de campanha não é razoável para aqueles colegas que, iludidos com o discurso de paridade de gênero e igualdade racial, se habilitaram no pleito, é uma benesse para os candidatos apoiados pela OAB, porque já em campanha, inclusive palestrando nas subseções do interior, desde janeiro deste ano”, denuncia.
Para ela, o tempo oficial é uma afronta à toda advocacia, que fica privada de conhecer todos os candidatos inscritos no pleito. “E não podemos esquecer que a vaga a ser preenchida é vitalícia, cujo membro futuramente nomeado para ocupar uma vaga no TJ-BA tem a responsabilidade de zelar pela respeitabilidade da advocacia, contribuir com a ética, probidade e renovação de um Tribunal que passa por desgastante processo de recuperação da sua imagem”, diz no texto.
Ana Patrícia questiona a quem interessa uma campanha tão curta para a vaga de desembargador, principalmente, durante um período eleitoral para presidente da República, governador, deputados e senadores. “A quem interessa realizar uma consulta à classe no 13 de Outubro, logo após um feriado nacional? Com certeza a pressa não se volta à atender ao interesse público da advocacia. A atual gestão da Ordem defende pessoas e não valores”, dispara.
A ex-vice, que disputou as eleições passadas para presidir a Ordem afirma que o tempo prejudicará os candidatos negros que se sentiram motivados pelo discurso da paridade e racial. “é impossível, em menos de 35 dias, visitar as 36 subseções do interior e os escritórios da capital, a fim de se apresentarem à classe, tal qual os candidatos da OAB já vêm fazendo desde janeiro deste ano de 2022”, frisa. Por fim, ela destaca que a vaga do quinto constitucional é da advocacia e não da OAB.
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