O que barra um eventual crescimento de Bolsonaro na reta final

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Se respeitável, nenhum instituto de pesquisa quer errar em momento algum de uma campanha. ?? sua credibilidade que está em jogo. Quando erra, deve explicações. Quando muito se explica, a perda de confiança no seu trabalho é inevitável.

Institutos pouco ou nada respeitáveis não têm esse problema, desde que, na reta final de uma campanha, ajustem seus números para que se aproximem da realidade. Há sempre a margem de erro, espaço que permite negociações tenebrosas de última hora.

Pesquisas merecedoras de fé coincidem em mostrar que a 16 dias das eleições Lula está na frente, Bolsonaro atrás, e a léguas de distância de Bolsonaro estão Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), os dois assombrados com o fantasma do voto útil.

Divulgada ontem à noite, a mais recente pesquisa Datafolha fornece pistas para que se entenda por que Bolsonaro não cresce na extensão e na velocidade desejadas por ele. Uma delas, talvez a mais importante: o índice de aprovação do seu governo.

Apenas 30% dos brasileiros avaliam o governo como ótimo ou bom. Bolsonaro agradeça a Deus que ainda assim seja de 33% o percentual dos que dizem que votarão nele. Avaliam o governo como ruim ou péssimo 44%. Há uma semana, eram 42%.

Eleitores que dizem que não votarão nele de jeito nenhum somam 53%. Eram 51% há uma semana. A rejeição a Lula é de 38%. Era de 39% há uma semana; Passou de 50% para 51% o percentual de eleitores que afirmam nunca confiar na palavra de Bolsonaro.

Entre os que ganham até dois salários mínimos (a maioria do eleitorado), Lula aumentou sua vantagem para 52% a 27%. Lula e Bolsonaro empatam entre os que ganham de dois a cinco salários. Na faixa de cinco a 10 salários, Bolsonaro vence (45% a 35%).

Até aqui, a derrama de dinheiro promovida por Bolsonaro para agradar os pobres não adiantou para salvá-lo de uma derrota. Tampouco o uso da primeira-dama Michelle para atrair o voto feminino. As mulheres dão a Lula uma vantagem de 46% a 29%.

A vantagem de Bolsonaro entre os evangélicos já foi maior. Caiu de 23 pontos para 17. Em São Paulo, a vantagem de Lula saltou de 5 para 10 pontos, e no Rio aumentou para 8. Caiu em Minas de 17 para 10. No cômputo geral, Lula está 12 pontos à frente.

As próximas apostas dos dois: empenhado em liquidar a eleição no primeiro turno, Lula correrá atrás do voto dos indecisos e dos que admitem abandonar Ciro e Simone; Bolsonaro, atrás de tudo que possa servir para aumentar a rejeição de Lula.

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