O projeto social do Ilê Aiyê está com as atividades culturais paralisadas por conta de dificuldades financeiras. O projeto tem como base cultural as escolas Mãe Hilda e Band’erê, que já formaram milhares de crianças e jovens de Salvador, dando a eles a oportunidade de trilhar um caminho de êxito através da arte e da educação.
“Falta patrocínio. Falta apoio, estamos em busca de patrocínio. Estamos voltando aos poucos às atividades. A banda, ano sem carnaval. Já voltamos a viajar para fazer shows. Você tem cachê, mas as contas não param de chegar: água, luz… Estamos devendo os educadores. Se a gente não buscar e sensibilizar os governantes e o setor privado também…”, revelou Vovô.
O Ilê também idealizou, em 1995, sua Escola Profissionalizante, que já capacitou 7 mil jovens e adultos com cursos de percussão, dança, confecção de instrumentos percussivos, informática, telemarketing, eletricidade predial, confecção de bolsas e acessórios, estética negra, dentre outros.
O presidente do projeto apontou que a fundação vem enfrentando maiores dificuldades desde 2015. “Desde que a Petrobras se afastou e teve o impeachment de Dilma [Rousseff], aí começou a complicar. O governo faz algumas ações esporádicas, mas não tem verba constante. ?? um projeto que tira muitos meninos de situação de risco, drogas. Os garotos estão sentindo muita falta e nós também”, disse.
Em 2021, durante a pandemia, o mais belo dos belos fez seu retorno à Senzala do Barro Preto após quase dois anos (reveja aqui). Neste ano, a associação, através de Edmilson Lopes das Neves, um dos diretores do Ilê Aiyê, indicou um grande impacto por conta do cancelamento do Carnaval para o bloco afro, que comemorou 47 anos de história em 2021 com uma festa modesta (veja aqui).
DIFICULDADES E SEDE EM PERIGO
A conhecida Senzala do Barro Preto, localizada no bairro do Curuzu, que pertence à Associação Cultural do bloco carnavalesco e cultural Ilê Ayê, teve o pedido de leilão pela falta de pagamento de uma condenação trabalhista (relembre aqui). O imóvel foi avaliado em R$ 295.603,57.
A sentença em primeira instância ocorreu em 2011, quando a juíza do trabalho Viviane Maria Leite entendeu como procedente o pedido de Adaelson Evangelista Santos, que disse ter participado da “banda do reclamado [Ilê Aiyê] como cantor; e que essa prestação ocorreu entre 1988 até o carnaval de 2010”. Apesar de considerar o valor da condenação “exorbitante e totalmente fora da realidade”, o Ilê decidiu buscar um acordo na Justiça para garantir o pagamento, já que a condenação havia transitado em julgado, para evitar o leilão.
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