Uma rádio do pai do ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN), a Agreste FM, consta de relatório enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no qual o partido de Jair Bolsonaro (PL) acusa emissoras de terem veiculado menos propaganda do presidente do que de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Faria e o marqueteiro Fabio Wajngarten convocaram entrevista na segunda-feira (24) para apresentar a denúncia. A rádio do Rio Grande do Norte é citada no documento entregue pelo partido no dia seguinte à corte.
Usando argumentos contestados pelas próprias emissoras, o documento sustenta que, de um total de 1.122 emissoras na região Nordeste, 991 rádios (88,3%) teriam veiculado mais inserções do petista.
A Agreste, cujo sócio é o ex-governador do Rio Grande do Norte Robinson Faria (PL), pai do ministro, está entre elas. Robinson se elegeu deputado federal pelo partido de Bolsonaro neste ano e é um dos principais cabos eleitorais do presidente no estado.
Os dados foram compilados pela Audiency, empresa contratada para fazer o levantamento de veiculação dos programas, que serviu de base à acusação feita junto ao tribunal pela campanha de Bolsonaro.
Segundo esse levantamento, a Agreste, que opera em Nova Cruz, no interior do Rio Grande do Norte, teria veiculado cinco inserções do PT contra duas do partido do presidente entre 7 e 11 de outubro.
A diretora da rádio, Giselda Felipe, afirmou que o controle de inserções de programas e anúncios na emissora era responsabilidade de outro diretor, José Carlos Araújo, que não foi encontrado.
De acordo com a Audiency, entre 7 e 10 de outubro, a Agreste só teria veiculado duas inserções do presidente Jair Bolsonaro no dia 10 de outubro -a primeira às 7:05:43 e a segunda, às 12:05:47.
No mesmo período, cinco inserções de Lula teriam sido transmitidas. A primeira no dia 7 de outubro, às 12:05:39; duas outras no dia 10 -às 07:05:16 e às 12:05:20; as duas últimos no dia 11, às 07:06:01 e 12:05:56, respectivamente.
SEM FUNDAMENTO
O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, decidiu na quarta (26) rejeitar a ação proposta pela campanha bolsonarista sobre o suposto boicote de emissoras.
Moraes afirmou que Bolsonaro não apresentou provas e se baseou em um levantamento feito por empresa não especializada em auditoria. Ele identificou possível “cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o pleito” e mandou o caso para apuração no inquérito das milícias digitais (grupos organizados na internet para ataques às instituições e à democracia), que tramita sob sua responsabilidade no Supremo Tribunal Federal.
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