Com novos espaços e refletindo o Brasil, Flica chega a sua décima edição

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Ao passo que completa dez edições, a Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) se reinventa e experimentará, entre os dias 3 e 6 de novembro, uma nova roupagem. Com oito espaços e uma programação que procura refletir a diversidade artística e cultural brasileira, o evento foi lançado nesta terça-feira (11), numa cerimônia realizada na cidade heroica.

 

O mote escolhido para esta edição, que também marca o retorno presencial após dois anos de pandemia da Covid-19 e o bem acertado hiato da festa, foi o “Liberdade e Literatura Brasis”. Diferente dos anos anteriores, a agenda deste ano foi construída por um time de realizadores e curadores que têm uma relação imediata com o território do Recôncavo.

 

Foto: Bruno Leite / Bahia Notícias

 

O lançamento contou com uma conferência com o professor João Carlos Salles, filósofo, cachoeirano e ex-reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Durante sua fala o intelectual abordou o tema Linguagem e Liberdade, onde explorou as dificuldades na luta pela expressão e fez uma exposição sobre a afirmação da linguagem e o direito à palavra.

 

“Cachoeira é uma referência de cultura, expressão artística, de arte, expressão fundamental para pensar o recôncavo e a Bahia e pensar a liberdade”, explicou Salles durante a oportunidade.

 

Nas palavras da secretária de Cultura do estado, Arany Santana, que também esteve presente, o retorno do festival é muito importante e surje enquanto uma oportunidade para celebrar, “da nossa forma, os 200 anos de luta pela liberdade”. 

 

Ainda de acordo com a gestora cultural, para os que fazem cultura, promovem educação, têm a democracia enquanto norte e pregam a liberdade, o momento em questão é um “divisor de águas”.

 

Foto: Bruno Leite / Bahia Notícias

 

A Flica vai oferecer, de forma gratuita, uma série de espaços e atividades para várias faixas etárias. Dentre eles, um espaço de socialização entre autores e visitantes, o Flicafé; uma arena voltada para o público infantil, a Fliquinha; um ambiente dedicado à literatura jovem, batizado de Geração Flica; uma livraria; e a Tenda Paraguaçu.

 

Alguns destes espaços serão abrigados pela estrutura do campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Segundo a diretora do campus de Cachoeira e São Félix, a professora Dyane Brito, a Flica e a instituição educacional se retroalimentam e a participação, “agora de forma mais direta, mais dentro da festa, nesse processo de organização”, é de extrema relevância.

 

“Uma para que a gente possa mostrar para a sociedade o que se tem produzido e que essa produção está em muita articulação com as comunidades do nosso entorno. E, em um segundo momento, também serve para apresentar a própria universidade”, comentou a docente, ressaltando a dimensão das ações da UFRB nos eixos ensino, pesquisa e extensão.

 

Ao longo dos quatro dias de festa, estão confirmados nomes como o do rapper MV Bill, das escritoras Cidinha Silva, Bárbara Carine e Carla Akotirene, dos escritores Ricardo Ishmael, Antonio Torres e Edgard Abbehusen, dos jornalistas Guilherme Amado e André Santana, do dramaturgo Aldri Anunciação, entre outros.

 

A programação inclui ainda apresentações teatrais e musicais, com Nelson Rufino, Ilê Aiyé, Filarmônicas Lyra Ceciliana, Orquestra Feminina do Recôncavo, Sued Nunes, da Orquestra Reggae e muitos outros.

 

Para Jomar Lima, presidente do Conselho de Cultura de Cachoeira e responsável por uma das entidades que organizam a Flica, a CALI, há um grande legado em relação ao evento, que foi o primeiro deste tipo a ser realizado na Bahia.

 

E com isso existem também os desafios. “Essa Flica de 2022 é um desafio porque é uma festa diferente, então todo e qualquer evento é sempre um desafio, e este ano ele se torna muito maior por ter uma organização bacana”, concluiu.

 

Nos próximos anos está sendo pensado, como um desdobramento das numerosas feiras literárias baianas, um processo de formação que alie a dimensão cultural, educacional e econômica deste campo, tornando a Flica não apenas uma ocasião pontual, como uma ação contínua ao longo do ano.

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