Eleitores de cidades do interior da Bahia relataram fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas estradas do estado na manhã deste domingo (30). A ação é um descumprimento à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que proibiu a PRF de realizar qualquer operação que afete o transporte público neste 2º turno das eleições.
De acordo com o prefeito da cidade de Jacobina, Tiago Dias, que pediu pela retirada dos agentes da cidade, ele foi informado de que as ordens vieram de Brasília.
“Nós não estamos contra a PRF, pelo contrário, se eles quiserem fazer blitz aqui amanhã o dia inteiro, podem. Mas hoje é o dia mais democrático do país. Não me lembro de isso acontecer em outras eleições”, diz.
Um vídeo de Dias viralizou nas redes sociais. Segundo o prefeito, os agentes insistiram em ficar, e a Guarda Municipal foi chamada. Depois disso, os policiais se dispersaram.
Já na cidade de Ubaitaba, no extremo sul da Bahia, uma denúncia feita em anonimato também aponta para a presença da PRF na cidade. “Saí de Ubaitaba às 12:10 com destino a Travessão e tinha uma viatura parada na saída da com o giroflex ligado e sem agentes dentro… Apenas p coagir os motoristas”, relata uma moradora que não quis se identificar.
Ela afirma também que mais cedo, os agentes pararam um ônibus da Viação Cidade Sol para fiscalização.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou por volta de 12h deste domingo, 30, que o diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) explique as razões de operações que vêm sendo denunciadas por eleitores nas redes sociais.
Procurada, a PRF-BA pediu para que o assunto fosse tratado a nível de Comunicação Institucional Nacional. O CORREIO aguarda resposta da instituição.
Decisão do TSE
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, proibiu na noite de ontem (29) a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de realizar qualquer operação que afete o transporte público de eleitores neste domingo (30).
Na decisão, Moraes disse que os diretores de ambas as corporações podem ser responsabilizados criminalmente em caso de descumprimento. Ele também vedou a PF de apresentar resultados de operações relacionadas às eleições.
Moraes justificou a decisão diante da proximidade do pleito. ???O processo eleitoral, como um dos pilares da democracia, deve ser resguardado???, afirmou o ministro. Acrescentou que cabe ao TSE “fiscalizar a lisura dos procedimentos de maneira que não se altere a paridade nas eleições”.
*sob orientação da subeditora Fernanda Varela
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