De um lado, um político. De outro, um militar. Os homens escalados oficialmente como tesoureiros das campanhas de Lula e de Jair Bolsonaro têm perfis bem distintos.
As diferenças começam pelo nível de exposição de ambos. Enquanto o deputado Márcio Macêdo (à esq. na foto), tesoureiro do candidato petista, costuma aparecer bastante ??? ele dá entrevistas e frequenta reuniões ao lado do candidato ???, o coronel da reserva do Exército Marcelo Azevedo, tesoureiro de Bolsonaro, é uma figura discreta, quase invisível.
Azevedo é avesso a contatos com a imprensa. Até mesmo aliados mais próximos de Jair Bolsonaro dizem não conhecê-lo ??? talvez porque o papel dele na campanha é quase que restrito às formalidades burocráticas.
Escolhido com aval dos fardados do entorno do presidente, na prática o coronel não cumpre exatamente o papel de arrecadador. A tarefa tem sido desempenhada, em maior medida, pelo senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, por ministros do governo e por Valdemar da Costa Neto, ???dono??? do PL, que toca com mão de ferro as contas de campanha.
Azevedo entrou para a reserva em maio de 2018 e hoje recebe dos cofres públicos uma remuneração bruta de R$ 28,4 mil. Pelos serviços prestados à campanha, ele já recebeu até agora R$ 50 mil.
No início do governo Bolsonaro, o coronel da reserva chefiou o setor de licitações e contratos do Ministério da Justiça. Antes, entre 2015 e 2017, ocupou funções ligadas às áreas de planejamento e orçamento no Ministério da Defesa.
Do lado de Lula, o escolhido como tesoureiro da campanha tem mandato de deputado federal por Sergipe e foi o responsável pelas finanças do PT de 2015 a 2020 ??? um período crítico, em que poucos se dispunham a assumir a tarefa em razão da confusão monumental em que se metera o chefe anterior da tesouraria petista, João Vaccari Neto, preso pela Operação Lava Jato.
Macêdo é bem-relacionado dentro do partido e ganhou a confiança do próprio Lula. Antes de assumir o comando do cofre do PT, Macedo já era próximo da presidente nacional partido, Gleisi Hoffmann, e de outros petistas graúdos, como Emídio de Souza e Rui Falcão. A experiência no período o catapultou para a posição de tesoureiro da chapa presidencial.
O deputado, que não se candidatou à reeleição para se dedicar à campanha, é cotado para assumir alguma posição no governo caso Lula vença as eleições. Biólogo de formação, ele já foi secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos no governo serpipano.
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