O padre Volnei Weber, da Paróquia São José Operário, em Rondonópolis (MT), recebeu ameaças de morte após alugar o salão da paróquia para um festejo em comemoração ao aniversário do ex-presidente Lula – que completou 77 anos, nesta quinta-feira, 27.
As ameaças fizeram com que o padre procurasse a Polícia Civil de Mato Grosso na última quarta, 26, para registrar um boletim de ocorrência.
Conforme o relato constado no boletim acessado pelo Uol, as primeiras ameaças começaram a aparecer no dia 25, por meio de grupos em WhatsApp e ligações feitas à secretaria da paróquia.
“Algumas (ameaças) diziam o seguinte: ‘Tinham que matar um padre desse’, ‘Esse padre deveria ser expulso da cidade’ e ‘que esse padre deveria ser linchado em praça pública”, diz trecho do boletim.
Embora outros eventos de conotação política já houvessem sido realizados no local antes do primeiro turno, a comoção em cima desse evento petista fez com que a paróquia emitisse nota explicando a situação.
O documento deixava claro que a igreja não tinha envolvimento no evento e esclarecia que a locação foi feita seguindo causas contratuais, por R$ 1,2 mil.
“Locamos o salão paroquial para diversos eventos ao longo desses 56 anos de existência da nossa paróquia, tanto para festas particulares, quanto para eventos políticos, tanto da direita e da esquerda. Sempre alugamos esse salão e nunca tivemos problema em relação à locação do mesmo”, dizia o documento.
No entanto, um dia depois a igreja divulgou nova nota, desta vez, comunicando o rompimento do contrato, frente o tamanho da repercussão que havia se instalado.
“Diante da repercussão nas redes sociais sobre o contrato de aluguel firmado pela Paróquia São José Operário da cidade de Rondonópolis, comunico que após um diálogo fraterno e respeitoso com o padre Volnei Weber, decidimos romper o contrato para garantir a comunhão que nos identifica como cristãos católicos”.
No boletim feito pelo padre, também havia a declaração que o evento havia sido cancelado para “acalmar os ânimos da população”.
Ao Uol, a Polícia Civil confirmou que o caso é investigado como “ameaça e preservação de direito”. “Por se tratar de crime de âmbito privado, detalhes não são repassados”, afirmou.
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