O governo federal procurou a Cáritas, organização não governamental (ONG) ligada a igreja católica que ajuda venezuelanos em São Sebastião, em Brasília, horas antes do debate presidencial, realizado pela TV Bandeirantes neste domingo (16).
Fontes ligadas ao projeto que presta apoio aos refugiados no Distrito Federal disseram ao portal UOL que representantes da gestão Bolsonaro (PL) foram até o local solicitar informações sobre as adolescentes citadas pelo presidente em um podcast na última sexta-feira (15). Na ocasião, o ocupante do Palácio do Planalto afirmou que as menores eram vítimas de exploração sexual.
Sem obter informações sobre as jovens venezuelanas, os prepostos do governo teriam ainda circulado pela região administrativa onde fica a residência mencionada.
A informação foi confirmada pelo diretor da organização, Paulo Morais. De acordo com ele, uma pessoa ligada ao governo o acionou tentando marcar uma reunião às 15h30 com um representante do Ministério dos Direitos Humanos ou com a própria titular da pasta. O tema da conversa não foi antecipado.
Afirmando não conhecer as pessoas em questão, o gestor da Cáritas negou a existência de prostituição com refugiadas da Venezuela em São Sebastião. Relatos de pessoas próximas a elas dão conta de que as mulheres estão assustadas com a repercussão da entrevista do presidente.
Durante a entrevista com a reportagem, militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Palácio do Planalto aguardavam à distância as palavras do diretor da ONG. Ao fim do encontro, eles falaram, reservadamente, aos jornalistas que não haveria mais nenhuma reunião no local.
Depois, Morais confirmou aos jornalistas que a reunião realmente foi cancelada.
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