Alemanha pede para China usar sua ‘influência’ sobre a Rússia para evitar escalada nuclear na Ucrânia

Publicado:

compartilhe esse conteúdo

china alemanha nuclear 1

China e Alemanha se reuniram nesta sexta-feira, 4, para falar sobre qualquer possibilidade de um ataque nuclear no contexto da guerra na Ucrânia. O chanceler alemão, Olaf Scholz e o presidente chinês, Xi Jinping, se encontraram em Pequim. “A guerra na Ucrânia cria uma situação perigosa para o mundo inteiro, e na China todos sabem que uma escalada teria consequências para o mundo inteiro”, declarou o alemão à imprensa. “Esta é a razão pela qual foi muito importante para mim (…) dizer claramente que uma escalada” da guerra “na forma do uso de uma arma nuclear tática deve ser excluída, e estou feliz que, neste assunto pelo menos, chegou-se a um acordo”, completou. Scholz é o primeiro líder do G7 a visitar a China desde o início da pandemia da Covid-19. Embora a China seja oficialmente neutra no conflito ucraniano, o Ocidente critica o apoio tácito a Moscou.

Nesta semana, os Estados Unidos se mostraram cada vez mais preocupados com um possível ataque nuclear da Rússia, principalmente após o ex-presidente russo e atual número dois do Conselho de Segurança, Dmitri Medvedev, evocar mais uma vez o uso de armas nucleares. A vontade ucraniana de recuperar todos os territórios ocupados “ameaça a existência do nosso Estado” e oferece “uma razão direta” para usar “meios de dissuasão nuclear”, declarou. A visita de um dia de Scholz está testando as águas entre a China e o Ocidente após anos de tensões crescentes, dizem analistas, com discussões sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia, mudanças climáticas e acesso recíproco ao mercado. Antes da reunião realizada durante o almoço, Scholz disse a Xi que a invasão da Ucrânia pela Rússia está criando problemas para a ordem global baseada em regras, de acordo com uma gravação das observações fornecidas pela delegação alemã.

Durante o almoço com Scholz, Xi enfatizou que é fácil destruir a confiança política, mas difícil reconstruí-la e ambos os lados precisam cuidar disso, de acordo com uma leitura da reunião da agência estatal Xinhua News. Ele também disse ao alemão que os países devem respeitar uma à outra e cuidar dos interesses fundamentais uma da outra. “Como países grandes e influentes, em tempos de mudança e turbulência, a China e a Alemanha devem trabalhar ainda mais juntas, para fazer mais contribuições para a paz e o desenvolvimento mundial”, afirmou Xi, segundo a emissora estatal CCTV. A visita de Scholz deve ser um desenvolvimento bem-vindo para a liderança chinesa, que buscará fortalecer as relações com o mundo exterior.

*Com informações da AFP e Reuters 

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Mísseis com capacidade nuclear entraram em serviço ativo, diz Rússia

Mísseis com capacidade nuclear entram em serviço ativo na Bielorrússia, segundo a Rússia O Ministério da Defesa russo informou nesta terça-feira (30) que o...

EUA sancionam fabricante estatal de drones da Venezuela por comercializar armas com Irã

Os Estados Unidos sancionaram, em 30 de dezembro de 2025, a Empresa Aeronáutica Nacional S.A. (EANSA), fabricante estatal de drones da Venezuela, e...

Situação humanitária em Gaza continua ‘catastrófica’, afirmam dez países em declaração conjunta

Ministros das Relações Exteriores de dez nações expressaram grave preocupação com a nova deterioração da situação humanitária na Faixa de Gaza, classificando-a como...