Por mais recados que lhe mandem para se acalmar, e garantias de que não será preso depois que deixar a presidência da República, mais aumenta a aflição de Bolsonaro e diminui o seu sono.
Ele sabe melhor do que ninguém o que fez nos últimos quatro anos e, principalmente, o que escondeu e teme que agora seja descoberto. Sabe muito bem o que seus filhos fizeram.
E está convencido de que se um dia a PolÃcia Federal bater à sua porta, não receberá sequer o tratamento Vip que a seu pedido foi dispensado ao ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.
Se viesse a ser tratado como foi o ex-deputado Roberto Jefferson, ele se daria por satisfeito. Bolsonaro mandou o ministro da Justiça garantir a vida de Jefferson mesmo depois de tudo o que ele fez.
Jefferson reagiu à prisão atirando de fuzil em agentes federais e ferindo de raspão dois deles; lançou granadas que guardava em casa onde foi encontrado um poderoso arsenal.
Ribeiro ficou preso por algumas horas. Deveria ter sido transferido para a Superintendência da PolÃcia Federal, em BrasÃlia. Não foi porque a polÃcia alegou, veja só, que não tinha avião disponÃvel.
Um dia será contada como se deu a roubalheira no Ministério da Educação. Ela está longe de ter se limitado aos saques feitos pelos pastores evangélicos recomendados por Bolsonaro a Ribeiro.
Lula não mexerá um único dedo para retaliar Bolsonaro, mas também não mexerá para livrá-lo de ações judiciais. Nesse fim de feira do governo, a ordem é apagar os vestÃgios de crimes ocultos.
De resto, caso queira chefiar a oposição a Lula, Bolsonaro será obrigado a combatê-lo tão logo perca o teto do Palácio da Alvorada. Então, sairá como entrou – atirando. É sua sina.
Não haverá trégua. Decepcionaria seus devotos se baixasse o tom. Lula é quem descerá do palanque para governar, ele não. Bolsonaro seguirá onde sempre esteve – em cima de um.
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