Em seu último show, Gal Costa riu, flertou e militou a favor de Lula; assista

Publicado:

Nem Gal Costa nem o público sabiam que a apresentação da cantora no Coala Festival, em 17 de setembro deste ano, seria a última de sua carreira. O show, realizado com dois anos de atraso por causa da pandemia do coronavírus, lotou o Memorial da América Latina e trouxe alguns dos maiores sucessos de Gal, morta na manhã desta quarta-feira (9). Veja apresentação abaixo.

Gal subiu ao palco logo após as 20h30 e foi ovacionada pelo público desde que cantou as primeiras notas de Fé Cega, Faca Amolada, composição de Milton Nascimento. A cantora, por sinal, não escondia nos últimos anos o desejo de gravar um disco apenas com composições do mineiro.

Sem movimentos muito bruscos e algumas poucas desafinadas aqui e ali, Gal segurou sozinha a primeira parte do show, enquanto passeava por clássicos como Hotel das Estrelas (Jards Macalé), Paula e Bebeto (Milton) e Nada Mais (Djavan). Divino Maravilhoso, que ganhou nova vida e significado desde o governo de Michel Temer, foi entoada com fúria no olhar de Gal, enquanto a plateia pulava fazendo L com a mão.

“Enfim, chegou o dia, hein? Depois de tanta espera. Vamos cantar para espantar o frio”, disse Gal rindo ao fim da música, em sua primeira interação com o público. Mais tarde, em Quando Você Olha Pra Ela (Mallu Magalhães), a cantora ensaiava uns passos tímidos de dança, dela consigo mesma, enquanto sorria para a plateia; depois flertou em A História de Lily Braun (Chico Buarque), pedindo que os presentes acompanhassem a letra com palmas.

Na segunda parte do show, Gal chamou ao palco Rubel, com quem dividiu os vocais em Como 2 e 2 (Caetano). “Esse é o gato da Gal”, disse ela, ao que ele respondeu com um sorriso. Na sequência, Tim Bernardes juntou-se a eles e os três cantaram Tigresa. “São meus meninos, meus gatinhos fofinhos”, comentou a cantora.

O momento mais apoteótico da noite veio quando o trio emendou Baby em Vapor Barato. Em harmonia, Tim e Gal brincavam com os versos e notas da composição de Jards Macalé e Waly Salomão, atingindo o ápice nos improvisos vocais que ela fazia entre uma e outra “honey baby”. “Meu gatos. Ah, se eu fosse mais jovem”, brincou a cantora quando se despediu dos dois.

“Daqui a 15 dias, a gente escolhe o nosso presidente. Vamos votar direitinho, com sabedoria e com inteligência. Vamos votar sem ódio e vamos votar com amor”, disse Gal às vésperas das eleições, enquanto fazia o L com as mãos, em apoio à candidatura de Lula à Presidência.

Gal encerrou o show no Coala com Brasil, de Cazuza, mantendo até o final o posicionamento político que a fez ser perseguida na ditadura e tornou-se uma marca da sua presença nos palcos. O último verso que ela cantou na carreira? “Confia em mim, Brasil “

Assista apresentação completa:

Comentários Facebook

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Descubra os 6 piores hábitos que aumentam níveis de açúcar no sangue

Você sabia que pequenos hábitos diários podem estar elevando silenciosamente os seus níveis de açúcar no sangue? Embora seja natural vivenciar alguns picos...

Dólar opera estável após balanço da Petrobras e com atenção ao Fed

Nesta sexta-feira, a movimentação do dólar se mostrou bastante estável, com os mercados financeiros de olho em três grandes fatores: o impacto das...

?O Papel do Congresso e a Política de Narrativas no Brasil

Em uma análise contundente sobre a dinâmica do Congresso Nacional, o cientista político Hussein Kalout expõe a deterioração do decoro parlamentar no Brasil....