Entidades ligadas à proteção do meio ambiente e aos povos originários apresentaram, nesta quarta-feira (16/11), uma denúncia a cinco relatores especiais da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
O documento é uma iniciativa da Articulação dos Povos IndÃgenas do Brasil (Apib), da Conectas Direitos Humanos, do Instituto Socioambiental (ISA), do Observatório do Clima e do WWF-Brasil.
De acordo com as entidades, o governo Bolsonaro é responsável pelo “aumento descontrolado do desmatamento na Amazônia e no Cerrado, associado a um quadro de violência contra povos indÃgenas e comunidades tradicionais, intensifica as mudanças climáticas, ameaça a biodiversidade e compromete a alimentação, a saúde e o acesso à água em todo o Brasil e em diversos outros paÃsesâ€.
O documento foi entregue a relatores responsáveis por acompanhar temas relacionados a meio ambiente, direito indÃgenas, mudanças climáticas, saneamento e desenvolvimento na ONU.
As entidades pedem que o governo interrompa a destruição ambiental no Brasil, respeite os direitos de povos indÃgenas e comunidades tradicionais e inclua a “maior ambição possÃvel†em suas NDCs (que, em português são as Contribuições Nacionalmente Determinadas).
Para que isso seja possÃvel, o grupo formado por ambientalistas e indÃgenas reforçam a necessidade de barrar projetos de leis que estimulem o desmatamento, a retomada do trabalho do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a volta o Fundo Amazônia e de polÃticas polÃticas de gestão dos territórios indÃgenas.
“Povos indÃgenas são defensores ambientais. Quando defendemos nossas terras e nossos direitos, estamos defendendo a vida em todo o planeta. Se uma terra indÃgena é invadida, desmatada, se algum povo indÃgena é ameaçado ou é alvo de violência, o planeta todo sofre os impactos. O governo Bolsonaro violou a Constituição Federal e os tratados internacionais de direitos humanosâ€, declara o advogado indÃgena e coordenador jurÃdico da Apib, Eloy Terena.
O texto apresentado a ONU destaca que a Amazônia está cada vez mais perto de seu ponto de “não retornoâ€, situação na qual não conseguiria mais se regenerar das agressões provocadas pelos seres humanos.
“A reconstrução das polÃticas públicas socioambientais, desmanteladas no governo Bolsonaro, e a rejeição de Projetos de Lei que estimulam o desmatamento são fundamentais para a preservação da vida. Nos últimos anos, a Constituição Federal e os tratados internacionais de direitos humanos foram largamente descumpridos, e isso é inaceitávelâ€, explica o especialista em PolÃticas Públicas do WWF-Brasil, Rafael Giovanelli.
O documento declara a importância da Amazônia para a natureza global, “10% das espécies do mundo são encontradas lá, e também para o clima, sendo responsável pelo regime de chuvas de toda América do Sul, além da regulação do clima globalâ€.
“A retomada e o aperfeiçoamento das polÃticas socioambientais do Brasil, destroçadas pelo governo Bolsonaro, são medidas que interessam diretamente não apenas a população brasileiro, mas ao mundo inteiro, pois a Amazônia e os demais biomas exercem papel fundamental no combate à emergência climáticaâ€, destaca o consultor jurÃdico do ISA e professor de pós-graduação em direito ambiental, MaurÃcio Guetta.
Confira o documento:
Structural Violation of the Right to a Clean and Healthy Environment by Metropoles on Scribd
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