Vice-campeã na Copa do Mundo de 2018, a Croácia não é favorita para terminar a primeira fase na liderança do Grupo F. Isso não desmerece em nada a ótima seleção dos balcãs, mas o favoritismo nunca fez parte de seu histórico. Num grupo com Bélgica, Canadá e Marrocos, os croatas entram como segunda força, e precisam estar atentos para não ficarem pelo caminho.
No Catar, o time treinado por Zlatko Dalic não terá Ivan Rakitic e Mandzukic, destaques na última Copa. O primeiro está aposentado da seleção. O segundo, do futebol. O maior destaque, Luka Modric, de 37 anos, em ótima temporada no Real Madrid, fará sua última exibição em mundiais.
O meio de campo, completo por Brozovic e Kovacic, é, sem dúvidas, o ponto forte da Croácia. Lá na frente, jogadores intensos, como Perisic, Kramaric e Pasalic incomodam qualquer defesa.
Numericamente, contudo, não é um ataque tão funcional. O país marcou 21 gols em 10 jogos nas eliminatórias europeias. A Bélgica, principal rival nessa primeira fase, por exemplo, marcou 25 em oito partidas.
Cabe lembrar também que os croatas só conquistaram vaga direta para o Catar na última rodada do torneio qualificatório, quando venceram a Rússia, em casa, por 1 a 0, com gol contra de Fyodor Kudryashov aos 36 minutos do segundo tempo.
Na Liga das Nações, por outro lado, a seleção avançou à semifinal, terminando em primeiro num grupo com Dinamarca, França e Áustria.
É de se respeitar, mas ainda é preciso muita atenção. O Grupo F da Copa do Mundo é, ao lado do H, o mais nivelado de todos. Ele une as forças já conhecidas de Bélgica e Croácia aos melhores times da América Central e da África.
EM BUSCA DO PRIMEIRO GOL
O Canadá, sem qualquer tradição no futebol, dominou as eliminatórias da CONCACAF. Terminou na primeira colocação, à frente de México, EUA e Costa Rica, com o melhor ataque e a melhor defesa. Venceu oito jogos, empatou quatro e perdeu apenas dois.
Os atacantes Cyle Larin e Jonathan David, com 13 e nove gols, respectivamente, foram os artilheiros do qualificatório, e são as principais esperanças para marcar o primeiro gol da seleção canadense em Copas do Mundo. Além deles, o astro do Bayern de Munique, Alphonso Davies, estará presente após tratar de uma miocardite.
A única participação do Canadá ocorreu em 1986, no México, quando a equipe perdeu seus três jogos na fase de grupos: 1 a 0 para a França, 2 a 0 para a Hungria e 2 a 0 para a União Soviética.
Tendo isso em mente, qualquer desempenho melhor já seria um grande feito para o país gelado. Em contrapartida, a organização do país em campo permite aos torcedores canadenses sonhar com voos mais altos.
PRA IGUALAR 86
Marrocos tem uma frequência maior em Copas. Essa é a sexta participação dos africanos, sendo a última em 2018 e a melhor em 1986. Na França, a seleção terminou na primeira colocação do Grupo F e caiu nas oitavas de final para a vice-campeã do torneio, a Alemanha Ocidental.
O país espera pelo menos igualar esse recorde, e tem credenciais para isso. Marrocos foi a melhor seleção da África nas eliminatórias. Venceu seus seis jogos na fase de grupos e, na fase final, se classificou após um empate e uma vitória – por 4 a 1 – contra a República Democrática do Congo.
Por outro lado, uma decisão às vésperas da Copa pode atrapalhar o desempenho marroquino. O técnico Vahid Halilhodzic, responsável por comandar a equipe rumo à competição, foi demitido após conflitos com estrelas do time. Walid Regragui foi o escolhido para substituí-lo.
Desde então, o time disputou dois amistosos: venceu o Chile por 2 a 0 e empatou sem gols com o Paraguai.
Jogadores como o lateral-direito Hakimi, do PSG, e os atacante Ziyech, do Chelsea, e Boufal, do Angers, são os principais destaques dessa seleção. Apesar da força demonstrada pelo Canadá nos últimos anos, Marrocos é o principal concorrente de Croácia e Bélgica no Grupo H.
BÉLGICA
A “forte geração belga” continua forte, mas desperta mais desconfianças do que em 2018. Responsável por eliminar o Brasil na última Copa do Mundo, a seleção chega ao Catar com algumas dúvidas a serem respondidas. A começar pelo desempenho do atacante Eden Hazard, irregular desde que saiu do Chelsea rumo ao Real Madrid.
Símbolo técnico dessa geração, ao lado de Kevin de Bruyne, Hazard tem convivido com lesões e amarga o banco de reservas do time merengue.
Além disso, o “tanque” Romelu Lukaku, pesadelo do Brasil, voltou de lesão muscular na coxa recentemente e já se machucou de novo. Foi convocado, mas é dúvida. Na temporada, disputou apenas quatro jogos pela Inter de Milão e marcou um gol.
A defesa também deixa uma pulga atrás da orelha. Jan Vertonghen e Toby Alderweireld, de 35 e 33 anos, respectivamente, já não possuem o mesmo vigor físico. Em 2018, ambos atuavam no Tottenham, da Inglaterra, e hoje estão em ligas menores.
Ainda assim, a Bélgica entra como favorita para terminar o Grupo F na primeira colocação. Mesmo esses jogadores que citei são, individualmente, muito capazes. Ninguém nega a qualidade de Hazard e Lukaku – caso ele jogue. A questão é o momento.
De qualquer forma, é muito “fácil” jogar com Kevin De Bruyne, que está voando no Manchester City há algumas temporadas. Ele é o líder de assistências da Premier League em 2022, com 9 em 13 jogos.
No gol, o gigante Courtois, outro pesadelo brasileiro, foi escolhido o melhor goleiro do mundo pela revista France Football, com méritos. O jogador foi um dos principais responsáveis pelo título do Real Madrid na última Liga dos Campeões, fazendo defesas incríveis na final.
Resta saber se o favoritismo será confirmado. Eu acredito que sim. Em relação à Croácia… bom, precisa ficar atenta.
Palpite:
1) Bélgica
2) Croácia
3) Marrocos
4) Canadá
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