“Negacionismo trouxe sequelas e consequências muito graves”, afirma GT de saúde da transição

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O negacionismo científico diante da pandemia trouxe sequelas e consequências graves para o país, declarou o GT de Saúde da equipe de transição do governo eleito, de Luiz iInácio Lula da Silva (PT). A declaração foi feita durante coletiva de imprensa na sede do gabinete de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.

 

Durante apresentação do diagnóstico dos trabalhos realizados pela equipe da saúde estava o senador Humberto Costa (PT-PE) e os ex-ministros Arthur Chioro, José Gomes Temporão e Aluízio Mercadante.

 

A equipe afirmou que já foram feitas 12 reuniões, inclusive com o atual ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro, Marcelo Queiroga. Para eles, o diagnóstico é preocupante. “Um dos pontos graves que temos é a crise no sistema de informação. Há um grau de imprecisão muito importante sobre os prazos e cronogramas”, afirmou Chioro.

 

A maioria das informações solicitadas pela equipe foi em relação ao estoque vacinal do país, pois, segundo o grupo, estamos entrando em uma nova onda da pandemia. “A preocupação que temos é com a vacinação. Ela está muito a desejar”, avaliou Costa.

 

“Todas as vacinas obrigatória no calendário pra crianças com menos 1 ano estão com cobertura inadequado. O Brasil está sendo incapaz de fazer aquilo que sempre fez bem, que é a cobertura vacinal. O atual governo conseguiu destruir um trabalho de quase 4 décadas em um modelo internacional, esse é o quadro”, declarou Chioro.

 

Chioro disse ainda que a atual gestão não está tendo planejamento de ações para 2023, e considerou a situação “uma das mais graves”. “São medidas absolutas simples que mostram a incapacidade técnica. Há um total desorganização sobre os dados. Municípios não conseguem informar sobre as doses que são aplicadas”, detalhou o ex-ministro da saúde.

 

COBERTURA VACINAL

Sobre os dados preliminares do Tribunal de Contas da União (TCU), repassados ao GT de saúde da transição, o que chamou a atenção foi em relação a cobertura vacinal do país. Chioro avaliou como “situação de absoluta insegurança” no país em relação ao tema. Um dos destaques foi sobre a vacinação infantil, que, segundo a equipe de saúde, é preocupante, não só em relação a Covid-19, mas sim com outras doenças.

 

“Há um risco concreto de reemergência de doenças que antes estavam erradicadas, como é o caso da poliomielite. Não há planejamento e informação”, pontuou Chioro. Para ele, há problemas graves que são simples de serem resolvidos.

 

Chioro informou que há uma total desorganização sobre os dados prestados pelo Ministério da Saúde em relação a cobertura vacinal. “Municípios não conseguem informar sobre as doses que são aplicadas. Ministério distribui as doses e não sabem quantas e nem sobre o prazo de validade”, detalhou o ex-ministro. Ele disse ainda que há milhares de doses para vencer ainda no começo de janeiro.

 

Ainda sobre o estoque de vacina, a equipe de saúde afirmou que o ministério da saúde estabeleceu sigilo sobre o assunto. Para Chioro, não há transparência sobre informações que deveriam ser de domínio público. “Tivemos um apagão sobre informações. Isso é um problemas pros gestores. A autoridade sanitária da saúde do país desapareceu”, afirmou.

 

De acordo com a equipe de saúde, o diagnóstico da área está sendo realizado com base em 3 pilares: coleta de informações, diálogo com representantes e gestores estaduais e municipais da saúde, além também de um conjunto de pedidos para o futuro governo.

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