Viver uma Copa do Mundo é, de fato, algo emocionante, sobretudo para quem gosta de futebol. É o suprassumo, como fala-se usualmente. O ápice. Mas, será que mesmo depois de tantas edições do Mundial, fazendo as malas, deixando a casa, indo para um país distante e diferente, vivendo das emoções de um jogo de 90 minutos… Será que não enjoa? Ou, pelo menos, torna-se algo “normal”?
Não! Esta reposta é enfática: não! É o que garante o contador Célio Ferreira, de 68 anos, que vive as emoções da sua 10ª Copa. “Ansioso, eu não fico. Mas emocionado eu sempre fico, principalmente quando toca o Hino Nacional. Trata-se de um momento único. Com o coração batendo a mil? Isso eu já estou acostumado”, brinca o baiano.
A primeira Copa de Célio foi a da Espanha em 1982 e, desde então, só não esteve presente na conquista do penta no Japão (2002). A partir da edição de 2014, no Brasil, ganhou a companhia do filho Cláudio, hoje com 36 anos. Os dois foram personagens de matéria no CORREIO em 22 de novembro, quando chegaram ao Catar.
No dia de irem ao Estádio 974, em Doha, para assistir à vitória do Brasil por 1×0 sobre a Suíça, Célio e Cláudio acabaram dormindo até um pouco mais tarde e acordaram só por volta das 10h30 da manhã (4h30 de Brasília). Até aqui, nada de alarmante, pois a partida só começaria quase nove horas depois, às 19h locais. No entanto, saindo às 13h30, com o tempo que se perde no deslocamento e parada para almoço em um shopping da região central de Doha, os planos mudaram.
“Íamos para o esquenta da torcida, mas não deu. O horário ficou apertado porque a gente queria chegar lá duas horas e meia antes do jogo, para não ter nenhum tipo de contratempo”, pontuou o torcedor que, após tantas edições acompanhando o torneio in loco, garante que esta Copa do Mundo é a mais diferente de todas as anteriores que ele presenciou.
As restrições em relação à bebida alcoólica continuam na lista de reclamações mais frequentes e não é diferente com Célio e Cláudio, mas eles também mencionam um outro motivo para esta ser a edição menos animada. “Nas anteriores, a festa continuava ao redor dos estádios, nos restaurantes, nos estabelecimentos. Mas, nesta, não tem nada disso. É tudo muito longe dos estádios, não tem festa depois. Depois que acaba o jogo, vai todo mundo embora”, ponderou Célio, deixando claro que, ainda assim, estão se divertindo.
A dupla já tem um ritual em dia de jogos do Brasil: vestir a camisa da Seleção, pegar o pandeiro e a cornetinha, ir no transporte público brincando com os demais torcedores, chegar cedo ao estádio, tirar fotos juntos para registrar o momento “pai e filho” e esperar a hora do jogo para gritar gol.
Foi assim na vitória contra a Sérvia na estreia e também na partida que garantiu a classificação brasileira de forma antecipada, diante da Suíça. Célio e Cláudio garantem que vai ser assim também na sexta-feira contra Camarões e, enquanto o Brasil for avançando, eles esperam repetir esse mesmo ritual, com esperança de permanecerem no Catar até o dia 18 de dezembro, dia da final da Copa do Mundo, e poderem, pela primeira vez juntos, soltar o grito de ‘É campeão!’.
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