Cirurgia de face realizada no Hospital Clériston Andrade é destaque em revista científica internacional

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A história de um paciente, vítima de acidente de moto, com fratura de face, foi destaque na Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial. O artigo científico divulgado na revista internacional é sobre um caso de Artroplastia Interposicional com Retalho do Músculo Temporal, cirurgia até então inédita no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA).

 

O paciente em questão é do sexo masculino, 39 anos, e sofreu um acidente motociclístico em 2019, fraturando na época a parte central da mandíbula. Foi realizada a cirurgia no maxilar com sucesso. Entretanto, o paciente não prosseguiu com a fisioterapia e acompanhamento orientados pela equipe bucomaxilofacial da unidade, evoluindo para Anquilose Bilateral, termo técnico usado para informar ocorrência de uma fusão entre o osso da mandíbula com o do crânio. O que fez com que este paciente ficasse com abertura de boca limitada em apenas 11 milímetros.

 

O cirurgião bucomaxilofacial, Thiago Leite, disse que o paciente ficou quase 1 ano e meio, com sérias dificuldades de fala, mastigação, deglutição, dentre outros efeitos colaterais até que uma segunda cirurgia fosse realizada. “Assim que tomamos conhecimento do caso do paciente marcamos outra intervenção, desta vez mais invasiva. Tivemos que fazer a retirada do bloco ósseo que fundiu com o crânio nos dois lados da face do paciente, e entre os ossos da mandíbula e crânio, colocamos músculo para evitar o atrito e uma melhor articulação da mandíbula”, explicou acrescentando que logo após o método cirúrgico, o paciente conseguiu uma abertura de boca de 23 milímetros e hoje segue uma vida normal.

 

Para Carlos Bastos, interno do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do HGCA, o procedimento representa um dos maiores desafios terapêuticos na cirurgia oral e maxilofacial. “Tratamentos diversos têm sido utilizados para o manuseamento da Articulação Temporomandibular-ATM, tais como artroplastia de vão (gap), artroplastia interposicional e reconstrução da ATM com enxerto ósseo autógeno e próteses. No entanto, neste caso específico, optamos por colocar músculo temporal, devolvendo a função e diminuindo a recidiva da fusão óssea e consequente reanquilose”, concluiu.

 

O tratamento das anquiloses é imperativamente cirúrgico e tem como objetivo a liberação da articulação e reanatomização da região, devolvendo funcionalidade ao sistema estomatognático. A escolha da técnica depende de alguns fatores, incluindo a idade.

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