Concerto natalino gratuito da Osba lota igreja no Pelourinho

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O concerto natalino da Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba), intitulado ‘Natal da Osba’, tinha tudo pra ser resumido pela frase ‘não deu pra quem quis’, afinal, embora fosse gratuito, estava sujeito à lotação do espaço. Mas, para a sorte do psicólogo Ítalo Ribeiro, 32 anos, a Igreja de São Francisco, no bairro do Pelourinho — com 350 lugares —, recebeu as mais de 400 pessoas presentes como se fosse uma missa, com direito a gente em pé e até sentada no chão. 

“Eu sempre acompanho a Osba e procuro trazer minha família, pra aproveitar o momento. E essa igreja, maravilhosa, torna o clima ainda mais especial”, disse Ítalo, que estava acompanhado de seu irmão mais novo e registrava momentos da apresentação com o celular. 

A aposentada Lina Lemos, 74, estreante no concerto natalino, fez questão de assistir a tudo mesmo de pé, uma vez que já sabia o que lhe aguardava. “Porque é maravilhoso e eu sabia que ia ser um grande espetáculo”, nos explicou ela. 

Já Hilda Ferreira, 64, é frequentadora de longa data: há mais de dez anos. “Quando meus filhos eram pequenininhos, e hoje já são homens, eu levava eles no Teatro Castro Alves, pra ver a Osba”, revelou a aposentada, com satisfação. Acompanhada de uma amiga, ela também estava ali para prestigiar outros amigos, músicos da Osba. “A gente tá sempre junto.” 

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Orquestra contou com solistas de experiências nacionais e internacionais (Foto: Arisson Marinho/CORREIO)

Para a escritora Mariana Paiva, 39, que já tinha acompanhado quase todas as apresentações da orquestra ao longo do ano, essa foi a cereja do bolo, ou melhor, do panetone. “Acho que a Osba faz coisas lindas, sempre inovando e trazendo peças que a gente não costumaria ver aqui”, contou ela, animada com o fato de poder ver a ópera Madame Butterfly ao vivo. 

O concerto teve como destaque as árias compostas pelo italiano Giacomo Puccini, que integram a clássica ópera citada por Mariana: ‘Viene La Sera’, ‘Un bel di vedremo’, ‘Addio fiorito’, ‘Scuoti quella fronda di ciliegio’ e ‘Coro a bocca chiusa’. Também fizeram parte da apresentação, por exemplo, obras do compositor francês Maurice Ravel e a tradicional ‘Noite Feliz’, dos austríacos Franz Xaver Gruber e Joseph Mohr. 

Para a interpretação das árias da ópera Madame Butterfly, a orquestra contou com solistas de experiência nacional e internacional, como a soprano Daniella Carvalho, a mezzo-soprano Nathália Serrano e o tenor Matheus Pompeu.

Gosto pela ópera
O regente titular da Osba, o maestro Carlos Prazeres, considera a interpretação e a compreensão de óperas um desafio tanto para a orquestra como para o público. Nesse sentido, o projeto ‘Osba Ópera’ está sendo desenvolvido, a fim de, nas palavras dele, “acostumar o público baiano a criar o ‘ouvido operístico’”. 

“Quando a gente ouve a ópera de longe, a gente não entende. Quando [a pessoa] ela vai entender a história, que aquela voz do cantor está sem microfone, projetando por acima de todos os instrumentos da orquestra, começa a entender a grandeza da ópera”, comentou Prazeres. “A gente precisa fazer com que o público baiano ganhe novamente o gosto pela ópera e venha às nossas produções operísticas”, acrescentou o maestro, empolgado com a adesão ‘superboa’ do público. 

Para a diretora-executiva da Osba, Alessandra Serra, ter levado o concerto para o Pelourinho confirma o desejo de “ser uma orquestra do povo baiano”. “Além dos concertos que a gente faz no Teatro Castro Alves e outros locais da cidade, a gente vem até a Igreja de São Francisco e já foi, outras vezes, à Igreja do Carmo, para oferecer música de concerto gratuita para a população”, afirmou Serra. 

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