Hóspede pet: 10 conselhos para escolher o lugar de deixar seu bichinho ao viajar

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A dog sitter Letícia Santos e Santos (@boradogwalker) comanda hostel para cães em Salvador (Foto: Alexandre Lyrio/Divulgação)

Não dá para negar, eles são exigentes. Necessitam de cuidado, atenção, ração super premium, caminha confortável e mimos de todo tipo: do passeio ao banho de piscina. E é no final do ano que as hospedagens especializadas em receber o bichinho ficam concorridas, exigindo muita atenção e uma vistoria atenta do tutor na hora de confiar onde vai deixar o pet.

A jornada é intensa – quem tem seu bichinho no lado esquerdo do peito, bem sabe – até encontrar um lugar que possa oferecer infraestrutura, segurança e que tenha uma boa reputação. “Não deixe para hospedar o animal em cima da hora da viagem, porque o pet pode ficar ansioso, ter problemas comportamentais, a imunidade cair e ele acabar adquirindo algumas doenças. É interessante que se respeite uma fase de adaptação”. A orientação é da  médica veterinária membro da Comissão de Bioética e Bem Estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-BA) e professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Nadia Rossi de Almeida.

Já o médico veterinário especializado em clínica geral e ultrassom, Fernando Oliveira ressalta que o tutor não deixe passar nenhum detalhe relacionado a estrutura do lugar.

“A primeira coisa que me preocupo é com segurança. Se o ambiente tem obstáculos, escada, desnível de piso, muro baixo. Se é um prédio, fica próximo à rua, tem entradas e saídas individuais, ala de recreação com individualização entre uns e outros e se existe uma equipe monitorando os animais o tempo inteiro”.

Na lista de preocupações, a supervisão veterinária e uma garantia sobre para onde o animal será encaminhado em uma situação de acidente é mais um item que não deve ficar de fora. O alerta é do médico veterinário e presidente da Comissão de Saúde Única  do CRMV-BA, Eduardo Ungar. 

“A supervisão veterinária é fundamental para dar o suporte. Na hora da emergência tem que saber para onde levar o animal, qual o procedimento e caminho a ser percorrido para que esse animal não fique sem ter assistência. Inclusive, é importante também que esse local esteja registrado no Conselho”, pontua.

Tanta cautela nessa escolha faz sentido. Segundo a advogada especialista em Direito Animal e vice-presidente da Comissão Especial de Defesa dos Animais da Ordem dos Advogados da Bahia (OAB/BA), Graça Paixão entre as queixas mais recorrentes dos guardiões de pet relacionadas ao serviço dos hotéis  está o fato do estabelecimento não deixa claro o fato ocorrido e nem os procedimentos que foram tomados, assim como não dispor de veterinário disponível para o caso de ocorrências e  a negligência com segurança ou atenção aos animais hospedados.

“Faça previamente uma relação de perguntas sobre o estabelecimento e observe se há tranquilidade do estabelecimento em respondê-las. Também escreva uma relação sobre o temperamento e hábitos do seu animal e a entregue ao responsável pelo estabelecimento, com cópia do recebido. Ao contratar o serviço busque deixar tudo o mais registrado possível, por meio do contrato, bem como por comunicação via WhatsApp ou por e-mail”, afirma a advogada.  Listamos no guia a seguir, 10 conselhos de especialistas antes de contratar um hotel pet. Veja mais detalhes.

1. O que observar na hora de contratar um hotel pet?

Localização, espaço físico, temperatura, alojamento, se a hospedagem vai ser coletiva, individual e como é feita a separação não só das espécies, mas por gênero, porte e idade. Os principais pontos a se observar são o de infraestrutura, segurança e a reputação do hotel, sobretudo, nas redes sociais, com outras pessoas que já deixaram seu pet lá e buscar sugestões com o veterinário que já acompanha o animal. 

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2. Qual a estrutura ideal para receber o bichinho?

Espaços individuais com cobertura total do forro para não haver uma fuga por cima, travas com cadeado ou alguma outra coisa que consiga travar o portão, sempre com um material resistente. É interessante que tenha câmeras para que o tutor possa monitorá-lo mesmo à distância. 

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3. E com relação ao convívio com outras raças e espécies, quais os cuidados?

Não deixe o pet no hotel sem conhecer com detalhes qual o sistema de separação das espécies e raças, por idade, tamanho e sexo. É importante que haja uma preocupação do lugar também em separar os animais que demandam um cuidado mais especial, que precisam de mais assistência.  A separação exige ainda uma atenção voltada para o temperamento do animal, sobretudo, dos cães.  É essencial que o hotel faça essa triagem. 

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4. Que questões são fundamentais para levantar junto ao hotel pet?

A visita presencial é indispensável e de preferência, com a presença do animal. Os pets têm acesso a passeio diário e atividades? O lugar conta com a supervisão, plantão de um veterinário e o suporte de uma clínica que possa atender qualquer emergência? São mais questões que não podem ficar de fora da lista. Faça uma inspeção bem atenta, desde a parte legal e jurídica até a parte funcional e operacional do hotel.

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5. Que animais são mais adaptáveis?

Aqueles mais sociáveis que estão acostumados com donos que viajam. No caso do gato, o recomendado é um serviço de cat sitter já que é um animal que prefere ficar sozinho do que em um ambiente coletivo. Mas se o tutor optar mesmo pela hospedagem, a recomendação é que o gatil tenha algum tipo de enriquecimento ambiental como caixinhas, prateleiras, bolinhas, arranhador, por exemplo.  E para os cães, se tem algum tipo de programação social: brincadeiras, atividades, natação com supervisão. 

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6. Final de ano é uma época também de muitos fogos que assustam os bichinhos. Que medidas são necessárias para proteger os pets nessas situações?

São épocas tensas para os pets porque a acuidade auditiva dos cães e gatos pode ser quatro vezes maior que a nossa. No pânico, o animal pode se afogar, ficar preso, tentar fugir, se enforcar.  Um som ambiente sempre ajuda. Questionar quais as medidas que o local adota nessa situação é outro cuidado que o tutor deve ficar atento. 

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7. Que condições o tutor não pode aceitar em hipótese alguma e quando ligar o alerta?

Lotação inadequada, falta de supervisão de um veterinário, equipe inexperiente, assim como uma estrutura que não tem condições de receber o bichinho. Também não dá para aceitar que o hotel não tenha parceria com uma clínica que possa encaminhar o pet em caso de emergência. Não abra mão desse suporte que deve está expresso, sobretudo, no contrato de prestação de serviço.

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8. Existe realmente um lugar onde o pet esteja 100% protegido? Que acidentes podem acontecer?

Acidentes acontecem em qualquer lugar, até mesmo em casa. O importante é minimizar esses riscos. Os mais comuns costumam acontecer na piscina, assim como queda de escada, laje, eletrocussão, envenenamento. O local não deve facilitar com nada que o pet possa subir ou pular. Desconfie se o hotel não demonstrar interesse em fazer uma entrevista prévia com o tutor. 

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9. Quais são os direitos do tutor e o que observar no contrato de prestação de serviços? 

Os direitos do guardião devem estar bem claros e no contrato.  Itens como a quantidade e qualidade das refeições, passeios, banhos, monitoramento do animal à distância por câmera de vídeo são alguns que devem estar expressos no acordo. Exija sempre sua via assinada. Outro item é quais as medidas que o local irá tomar, caso o animal passe mal, sofra um acidente ou venha a óbito.

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10. Qual a responsabilidade caso algo aconteça com o pet e o que diz a legislação?

Caso seja comprovada a negligência, o hotel pode ser responsabilizado.  O artigo 32 da lei de crimes ambientais afirma que maus-tratos a animais é crime, com pena de detenção de três meses a um ano e multa e com aumento de pena de um sexto a um terço, caso o animal seja levado à morte. Recentemente, esse artigo sofreu uma alteração que dispõe que quando se tratar de cão ou gato, a pena será de reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda. No artigo 225, a Constituição Federal também condena maus-tratos em animais. Além disso, no município de Lauro de Freitas existe uma lei municipal de proteção animal, a Lei Remca (Lei 1618/16), que proíbe expressamente, nos artigos 6º e 7º, situações de maus-tratos contra animais.

ALGUNS HOTÉIS PET  EM SALVADOR E RMS

. Ana Rosa Dog Sitter
@anarosadogsitter
Rua Albertino Cabral Henrique, 03 – Pituaçu

. Hotel e Creche Cabrália
@hotelparacaes.salvador
Condomínio Portão do Sol, rua Jorge Amado, 13 – Buraquinho, Lauro de Freitas

. AuAu Creche Canina
@auaucrechecanina
Avenida Manoel Dias da Silva, 273 – Amaralina

. Dog Club Hotel e Escola
@dogclubhotel
Rua Dra. Ligia Dantas S Costa, 9 – Ipitanga, Lauro de Freitas.

. Pet Parque Resort
@petparqueresort
Rua do Timbó, 422 – Caminho das Árvores

. Cantinho da Luna Pet Hotel
@hotelcaes.cantinhodaluna

. Club do Focinho
@clubdofocinho
Rua Deputado Paulo Jackson, 107 – Piatã

. Cuida bem Pet
@cuidabempet
Rua Noêmia M. Paranhos, 10 – Morada do Sol, Lauro de Freitas

. Dog Ville Hotel Pet
@ville.dog
Travessa Cachoeira, 16 – São Cristóvão

. Caopanheiro Creche & Hotel
@caopanheirocrechehotel
Rua Tocantins – Piaçaveira, Camaçari

ONDE ENCONTRAR PETSITTER? 

. Dog Hero
www.doghero.com.br

. Pet Anjo
petanjo.com

. Get Ninjas
www.getninjas.com.br

. Holidog
br.holidog.com

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