A senadora Simone Tebet (MDB-MS) criticou nessa quinta-feira (1) a gestão feita no Ministério da Cidadania do atual presidente Jair Bolsonaro (PL). “Cidadania hoje é apenas no nome”, disse a senadora durante coletiva de imprensa do GT de Desenvolvimento Social e Combate a Fome, da qual faz parte, que aconteceu no sede do gabinete de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
“De fato, a cidadania passou longe, é o direito ao alimento, emprego e renda”, disse a senadora durante as críticas da gestão Bolsonaro. De acordo com a emedebista houve um corte de 96% do orçamento do Ministério da Cidadania para 2023, e afirmou ainda que o orçamento aplicado em 2022 esteve voltado majoritariamente para o pagamento do Auxílio Brasil e do auxílio-gás. “Mais poderia se chamar de Ministério do Auxílio Brasil”, ironizou a senadora.
Sobre o orçamento para a área, o GT de Desenvolvimento Social indicou um valor de pelo menos R$ 72 bilhões para bancar o programa de transferência de renda, com adicional de R$ 150 por criança, e o Auxílio Gás. “PEC que fala em R$ 80 bilhões fora do teto seria o que só o Ministério da Cidadania precisa”, declarou Tebet a falar sobre propostas protocoladas no Congresso, que são alternativas à PEC da Transição.
“Temos que fazer uma conta em relação às PECs paralelas. Só no Ministério do Desenvolvimento Social nós não precisamos de R$ 70 bilhões extrateto. Esses R$ 70 bilhões são apenas para o Auxílio Brasil. Tem R$ 2 bilhões do Auxílio-Gás”, pontuou.
Sobre o primeiro relatório produzido pelo grupo, a senadora afirmou que nele terá uma apresentação dos diagnósticos orçamentários, de acordo com os dados coletados pela equipe, os alertas de méritos em relação a pasta, a possíveis desmontes e os programas como estão.
DENÚNCIA DA TRANSIÇÃO
Consta ainda no relatório do grupo, uma denuncia de indícios de abuso de poder econômico e politico pelo Ministério da Cidadania durante a gestão do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). O ex-ministro Aluizio Mercadante, que faz parte da coordenação de transição, afirmou, durante a coletiva, que a campanha eleitoral desse ano enfrentou assédios de igrejas, de empresários e do Estado sobre os eleitores.
“Nas vésperas das eleições, eles incluíram dois milhões e meio de adultos para receber o benefício. Aí termina a eleição e eles propõem que esses beneficiários sejam retirados pelo novo governo. Tirar 1 milhão em janeiro e mais 1 milhão em fevereiro. O que isso sinaliza é que agora tem gente preocupada com o seu CPF e com o seu RG porque é crime eleitoral benefício indevido ao eleitor. É crime”, avaliou Mercadante.
“Vamos representar no TCU, na CGU, em todas as instâncias esses graves indícios”, disse. O ex-ministro completou dizendo que a Justiça Eleitoral também será acionada.
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