Ação deverá ocorrer diariamente das 6 às 8 horas da manhã; categoria pede recomposição salarial e mais transparência nas escalas de trabalho dos profissionais
Reprodução/Jovem Pan News/Jornal da Manhã
Presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Henrique Hacklaender
Na manhã desta segunda-feira, 19, diversos atrasos em voos foram registrados pelo Brasil. A razão é a greve dos pilotos de aviação e comissários de bordo, feita, inicialmente, apenas das 6 horas da manhã até às 8 horas. A paralisação ocorre em, pelo menos, seis cidades e nove aeroportos: São Paulo (Congonhas, Guarulhos e Viracopos), Rio de Janeiro (Galeão e Santos Dumont), Porto Alegre, Brasília, Confins e Fortaleza. A expectativa do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) é de que a ação ocorra sempre nas primeiras horas dos dias. Ainda não há uma previsão de encerramento da greve. Não há, até o momento, chances de cancelamento de voos, mas de atrasos. Os profissionais mobilizados pedem mais transparência nas escalas de voo, com redução do tempo de espera em um aeroporto para no máximo de três horas, e valorização profissional, com recomposição salarial e ganho acima da inflação. No final da semana passada, o Tribunal Superior do Trabalho determinou a manutenção de 90% dos profissionais do segmento durante a greve, sob pena de multa de R$ 200 mil por dia caso a decisão não seja cumprida. O sindicato afirmou que iria acatar a decisão, mantendo a greve dentro da lei. Em entrevista à Jovem Pan News, o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Henrique Hacklaender, afirmou que o primeiro dia de greve foi bem sucedido.
“Tivemos atrasos em algumas operações. Conforme nós tínhamos noticiado, esse vai ser o normal até que haja uma nova negociação. Nós passamos dois meses e meio em negociação com as empresas. Nós tivemos duas propostas que foram recusadas. Tivemos uma proposta no final de semana, mediada pelo TRT, que também foi reprovada pela categoria, porque não atende a necessidade dos tripulantes, seja por uma questão econômica, que se espera uma recomposição inflacionária, afinal de contas a categoria vem perdendo nos últimos três anos. O que os passageiros têm acompanhado é o preço dos passagens extremamente alto, o querosene sendo subsidiado pelo governo, mas nenhum repasse sendo feito pelas empresas. Além disso, nós temos um caráter social. Os tripulantes vivem por escalas de voo e horários de folga, e esses não são definidos nas escalas atualmente. Quando são definidos, eles têm as escalas alteradas, e isso prejudica muito a operação. Ninguém quer ter um tripulante cansado e mal remunerado pilotando, comissariando, um voo seu”, explicou Hacklaender. No aeroporto de Congonhas, em São Paulo, 30 profissionais do segmento estiveram mobilizados no hall do terminal na manhã desta segunda com cartazes e faixas. Os atrasos ocasionados pela greve foram rapidamente solucionados, dentro do prazo estipulado pelo aeroporto. Somente em Congonhas, 15 voos registraram atrasos.
*Com informações do repórter João Victor Rocha
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