Quatro infecções podem afetar região vaginal no verão; saiba como evitá-las com hábitos simples

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É verão: sol, calor, suor, umidade, praia, piscina e vestimentas de praia molhada por períodos prolongados. Essa combinação é o cenário perfeito para a proliferação de bactérias e fungos na região vaginal. E a disseminação desses micro-organismos favorece o aumento de algumas doenças ginecológicas durante a alta estação, como a candidíase, a tricomoníase, a vaginose bacteriana e a infecção urinária. 

Roupas que não permitem uma boa ventilação e hidratação,  além do uso de peças íntimas com tecidos sintéticos também podem desequilibrar a microbiota vaginal e contribuir para essas doenças, como alerta a ginecologista Ana Gabriela Travassos. 

Ela explica que algumas dessas infecções causam sintomas incômodos, como ardência, coceira, vermelhidão e corrimentos. A médica fala sobre as diferenças e dá dicas de hábitos simples para evitar as infecções, mas reforça a importância da busca pelo ginecologista para o diagnóstico e indicação dos tratamentos. 

“A Cândida é um fungo que pode habitar o nosso corpo e, ao aumentar de maneira desordenada, ocasiona a candidíase, que apresenta prurido e corrimento vulvovaginal. A candidíase é mais frequente no verão devido à umidade, suor e mudança de pH vaginal pelos banhos de mar e piscina”, comenta a ginecologista. 

“Pode aparecer de forma recorrente e persistente, mais frequentes em mulheres com alterações de imunidade mediada por células. É o que ocorre, por exemplo, em pessoas em uso de imunossupressores, como corticóides, com diabetes descompensada ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids)”, completa.

Com o aumento das relações sexuais desprotegidas no período do verão, ocorrem mais casos de tricomoníase, uma infecção geniturinária causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. É a infecção sexualmente transmissível (IST) não viral mais comum no mundo. “É uma das três causas infecciosas comuns de queixas vaginais entre pacientes em idade reprodutiva. Caracteriza-se por secreção purulenta e fétida, que pode ser acompanhada de queimação, prurido, dor ao urinar e na relação sexual”, esclarece Travassos. 

A ginecologista e mastologista Patrícia Lopes fala sobre a vaginose bacteriana, também causada por desequilíbrios na flora vaginal, promovido pelo ambiente quente e úmido, estresse, roupas molhadas ou apertadas levando à proliferação de bactérias. “É caracterizada por um corrimento branco-acinzentado, de odor forte (que lembra peixe podre e piora durante a relação sexual), incômodo na região genital, às vezes, dor ao urinar e durante relações sexuais”, orienta a médica.

A infecção urinária é um problema frequente para o público em questão, causado por bactérias que normalmente habitam o trato intestinal. Pode acometer diferentes estruturas e, por isso, tem nomes diferentes: uretrite (uretra), cistite (bexiga) ou pielonefrite (rins). 

As especialistas Ana Gabriela Travassos e Patrícia Lopes dizem que medidas simples podem ajudar a curtir a estação do ano sem os incômodos sintomas das infecções ginecológicas. Confira:

•    Mantenha a área íntima seca e arejada o máximo de tempo possível;
•    Evite ficar longos períodos com roupa de banho molhada;
•    Prefira roupas frescas, folgadas e dê preferência use roupas íntimas de algodão;
•    Use preservativo nas relações sexuais;
•    Lave peças íntimas com sabonete neutro e evite secá-las em espaços úmidos, como banheiros;
•    Evite o uso de duchas vaginais;
•    No período menstrual, diminua o intervalo de troca do absorvente;
•    Tenha atenção com a dieta, pois alimentos ricos em carboidrato, açúcar simples e bebidas fermentadas favorecem o crescimento de fungos;
•    Cuide da higiene íntima;
•    Beba água e faça exercícios físicos com regularidade;
•    A qualquer alteração, como corrimento ou coceira local, procure um ginecologista.

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