Crescimento econômico da China corre o risco de ser travado por declínio populacional

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País investe em tecnologia fortemente como forma de evitar problema futuro na economia

EFE/EPA/MARK R. CRISTINO

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Pela primeira vez em 62 anos, a população da China diminuiu

Em 2016, a China suspendeu a política de filho único, imposta na década de 1980, porém a mudança não conseguiu conter o declínio demográfico. Pela primeira vez em 62 anos, a população da China diminuiu, e o país vai deixar de ser o mais populoso do mundo, sendo superado pela Índia. A Academia de Ciências Sociais de Xangai prevê que, em breve, a população chinesa vai diminuir cerca de 1% ao ano. Ou seja, 15 milhões de pessoas a menos anualmente. O percentual do ano passado foi de  0,06%. Os números indicam que houve uma diminuição de 850 mil habitantes desde o final de 2021. O resultado disso pode ser uma queda na população de 1,4 bilhão de hoje para menos de 800 milhões em 2100. Mesmo assim, o país continua entre os mais populosos e mais poderosos do mundo. O ponto central do problema é a economia, já que a tendência sugere possíveis limites para a ascensão econômica da China neste século. O PIB do país cresceu 3%, abaixo da meta do governo, mas, se comparado com outros países, é um ótimo resultado.

Segundo Marcos Vinícius de Freitas, professor visitante da Universidade de Relações Exteriores de Pequim, a China está investindo bastante em tecnologia a medida que sua força de trabalho encolhe e o grupo aposentado cresce. “Historicamente, a gente vê que há duas coisas que ajudam no processo de crescimento econômico, população e tecnologia. Então, a gente está olhando para a questão populacional, que pode ter impacto na China, porque o país está envelhecendo e corre o risco de ficar velho antes de ficar rico, e essa talvez seja uma das principais razões pelas quais o governo chinês está investindo muito na questão tecnológica, porque é como você cria uma forma de tentar conter esse processo”, diz.

A China é a principal parceira econômica da União Europeia e do Brasil. José Eustáquio Diniz Alves, doutor em demografia e pesquisador do IBGE, explica que ter uma população menor faz com que a China tenha uma melhora nas condições sociais e também ambientais. “Essa perspectiva de declínio populacional na China abre uma oportunidade muito grande para melhorar as condições sociais da China e melhorar as condições ambientais. É claro que isso depende das políticas do que for feito nesse período. Mas o governo chinês anuncia ao longo do tempo é exatamente um grande investimento em educação e um grande investimento em tecnologia e em mudança da produção de bens e serviços”, comenta.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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