Técnico do Goiás, Guto Ferreira fez um alerta para as consequências do bullying após atitude dos apresentadores da emissora TV Brasil Central (TBC) em meio a um comentário gordofóbico. A declaração do comandante do Esmeraldino foi dada ao repórter Pedro Henrique Rabelo, da própria TBC, antes do início da partida contra Iporá, pela quarta rodada do Goianão.
“Acho que a atitude da equipe da TBC, na pessoa do Lucas [Nogueira], endossado pela Thaís [Freitas] e o Jean [Lopes], foi lamentável e perigoso. Para mim, não tem problema nenhum. Sou um cara cabeça feita. Mas eles têm de ter responsabilidade no que falam e da maneira como se manifestam, porque a Brasil Central atinge muitos e muitos espectadores no estado e no Brasil. São crianças que estão ouvindo, achando graça e endossando amanhã para fazer esse mesmo tipo de situação que se chama bullying entre eles. Eu tenho cabeça para suportar tamanha humilhação. Será que o garoto tem? E todo mundo sabe o que o bullying provoca”, afirmou o treinador.
No último dia 15 de janeiro, o jornalista Lucas Nogueira falou da aparência física de Guto Ferreira durante a transmissão do clássico entre Goiás e Atlético-GO. O profissional foi afastado pela diretoria da emissora no mesmo dia.
“Nós temos um microfone aqui que se chama lapela. No Guto não tem como colocar. Você pode olhar na coletiva, não tem mais pescoço. Não tem mais divisória. Precisa cuidar disso”, afirmou Lucas.
A apresentadora Thaís Freitas soltou uma gargalhada no momento do comentário, enquanto o comentarista Jean Lopes apontou que o treinador estaria “comendo muita pamonha”.
O Goiás emitiu nota de repúdio lamentando o fato. “É inadmissível que, em pleno 2023, ainda aconteça casos como esse, de pessoas aprovando e achando graça de ofensas preconceituosas em relação à condição física de seu semelhante. O respeito é fundamental e deve nortear todas as relações”, destacou no comunicado.
Autor do comentário, Lucas Nogueira publicou um vídeo nas redes sociais se retratando. “Sei que errei, fiz um comentário preconceituoso e estou aqui pedindo desculpas para todos. A nação esmeraldina, a torcida e ao técnico Guto Ferreira”.
Aos 57 anos, Guto Ferreira já trabalhou em vários clubes ao longo da carreira, dentre eles, Internacional, Ponte Preta, Criciúma, Figueirense, Portuguesa, Chapecoense, Sport, Ceará e Coritiba. Pelo Bahia, o treinador teve três passagens. Na primeira em 2016, conquistou o carinho da torcida e ganhou o apelido de Gordiola, em referência ao técnico espanhol Guardiola e o sobrepeso.
Em campo, o Goiás bateu o Iporá por 2 a 1, no Ferreirão, e assumiu a quarta colocação na tabela do estadual com sete pontos. O Esmeraldino volta ao gramado na próxima quarta (25) para encarar o vice-líder CRAC, fora de casa, pela quinta rodada.
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