Especialistas avaliam que impacto de suspensão das exportações de carne por vaca louca será contornado

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Análises apontam que as regras atuais devem ser revistas rapidamente para que não ocorra uma paralisação nas vendas como a de 2021

Marcello Casal Jr./Agência Brasil

carnes expostas em frigorífico

China importa praticamente um terço de toda a carne bovina exportada pelo Brasil

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, calcula que o impacto mensal do autoembargo do Brasil na venda de carne bovina para a China após confirmação de um caso de vaca louca deverá ser de, no mínimo, US$ 300 milhões. Entretanto, ele lembra que o atual governo possui um relacionamento com o governo chinês, o que pode na resolução do problema de alguma forma. “Em princípio não deve afetar o comércio do Brasil, nós não vamos cancelar as exportações, vamos apenas adiar o embarque até que seja claramente esclarecida a questão da vaca louca. Os preços no mercado internacional e também no mercado externo em janeiro e dezembro já estavam em queda, o que significa que esse atraso no embarque de mercadoria para o exterior pode fazer com que esses produtos sejam colocados no mercado interno ou mesmo para outros países”, disse Castro.

Larissa Waccholz, sócia da Valia Agro e ex-chefe do Departamento Brasil-China, ligado ao governo brasileiro, não acredita que o embargo de 2023 se assemelhe ao de 2021, quando as exportações foram suspensas em setembro e só foram retomadas em dezembro. “A China considera o Brasil um parceiro importante no fornecimento de carne bovina. A China importa praticamente um terço de toda a carne bovina exportada pelo Brasil. E o Brasil, por outro lado, representa aproximadamente 25% do fornecimento de carne bovina importada pela China. Ou seja, é uma relação bastante importante para os dois lados e, portanto, provavelmente vai haver agilidade da parte chinesa também na revisão dessa documentação, para que os fluxos sejam retomados e normalizados em um breve espaço de tempo”, diz ela. A China está entre os principais parceiros comerciais do Brasil, sendo a principal compradora de commodities e matérias-primas nacionais.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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