Naufrágio de barco de migrantes deixa 59 mortos na costa da Calábria, na Itália

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Corpo de Bombeiros afirmou que mais de 200 pessoas estavam a bordo da embarcação, dentre as quais 80 foram resgatadas

REUTERS/Giuseppe Pipita

Restos de um navio são vistos ao longo da praia onde corpos de suspeitos de serem refugiados foram encontrados após um naufrágio, em Cutro, costa leste da região da Calábria, Itália, neste domingo

Restos de um navio são vistos ao longo da praia onde corpos de suspeitos de serem refugiados foram encontrados após um naufrágio, em Cutro, costa leste da região da Calábria, Itália, neste domingo

Um naufrágio ocorrido neste domingo, 26, na costa da Itália, perto da cidade de Crotone, na Calábria, deixou ao menos 59 migrantes mortos, incluindo um bebê de poucos meses. O episódio acontece poucos dias após a aprovação de uma polêmica lei sobre o resgate de migrantes no mar. “Até o momento o número de vítimas fatais confirmado é 59”, disse o prefeito Vincenzo Voce ao canal de notícias Sky TG-24. De acordo com as equipes de resgate, a embarcação transportava mais de 120 pessoas e bateu contra algumas rochas a alguns metros da costa. O Corpo de Bombeiros da região afirmou que mais de 200 pessoas estavam a bordo. “Até o momento, 80 pessoas foram resgatadas, algumas conseguiram chegar à costa após o naufrágio”, informa um comunicado divulgado pela Guarda Costeira. Imagens divulgadas pela polícia italiana mostram pedaços de madeira espalhados na praia, para onde se dirigiram as equipes de emergência, enquanto os resgatados aguardavam a transferência para um centro de acolhimento.

A primeira-ministra Giorgia Meloni, líder do partido de extrema-direita Fratelli d’Italia, falou em “profunda dor” e afirmou que é “criminoso enviar ao mar uma embarcação de apenas 20 metros com 200 pessoas a bordo e com uma previsão do tempo ruim (…) O governo está comprometido a impedir as saídas e este tipo de tragédia. E continuará a fazer isto ao exigir, antes de qualquer coisa, uma colaboração maior dos Estados de saída e de origem”, disse em comunicado. O presidente da região calabresa, Roberto Occhiuto, divulgou uma nota na qual lamentou a situação: “Dezenas e dezenas de mortos afogados, incluindo crianças, muitos desaparecidos. Calábria está de luto com esta tragédia terrível”. Após a tragédia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu a urgência de avançar com a reforma do direito de asilo na União Europeia. “É necessário redobrar os esforços em relação ao Pacto sobre a Migração e o Direito de Asilo, assim como sobre o Plano de Ação para o Mediterrâneo Central”, afirmou. Por sua vez, o papa Francisco expressou sua “dor” e afirmou que reza “por cada um, pelos desaparecidos e para os outros migrantes que sobreviveram”.

O naufrágio deste domingo acontece poucos dias após a aprovação no Parlamento italiano de polêmicas regras para o resgate de migrantes, apoiadas pelo governo dominado pela extrema-direita. A nova lei obriga os navios humanitários a fazer apenas um resgate por saída ao mar. Os críticos da medida afirmam que a norma aumenta o risco de mortes no Mediterrâneo central, área considerada a travessia mais perigosa do mundo para os migrantes. Segundo o Ministério do Interior, quase 14 mil migrantes entraram na Itália desde o início do ano, contra 5.200 no mesmo período no ano passado e 4.200 em 2021. Para o ministro Matteo Piantedosi, a “tragédia demonstra como é absolutamente necessário lutar de maneira firme contra as redes de imigração clandestina”.

*Com informações da AFP

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