Na primeira viagem oficial aos Estados Unidos em seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá uma reunião com o presidente americano Joe Biden, nesta sexta-feira (10/2). Entre os temas que devem ser tratados, estão o combate às mudanças climáticas, a segurança alimentar, o desenvolvimento econômico, além de questões migratórias. Outras questões globais também estarão na agenda, como a guerra na Ucrânia, mas os dois líderes não deverão se aprofundar nelas.
O governo brasileiro deve pedir apoio às ações de proteção ambiental, em especial na Amazônia, e a defesa intransigente da democracia, pouco mais de um mês depois dos atos de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inconformados com o resultado eleitoral invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Biden foi um dos primeiros chefes de Estado a manifestar repúdio aos ataques e expressar solidariedade ao governo brasileiro. Com um paralelo com a invasão ao Capitólio por apoiadores radicais de Donald Trump, em 6 de janeiro de 2021, os dois líderes deverão intercambiar experiências. O governo brasileiro espera um reforço do apoio dado pela Casa Branca à democracia no Brasil, polarizado após as eleições de 2022.
Em comunicado divulgado no final de janeiro, a Casa Branca informou: “Durante o encontro, os dois presidentes vão discutir o inabalável apoio dos Estados Unidos à democracia brasileira e como podem continuar trabalhando juntos para promover a inclusão e os valores democráticos ao redor do mundo”.
Em briefing divulgado na terça-feira (7/2), o embaixador Michel Arslanian Neto, secretário de América Latina e Caribe, disse que o foco da viagem de Lula é de “caráter político”. O representante lembrou que imediatamente após a vitória de Lula em segundo turno, o governo americano fez o convite para a visita.
Segundo o colunista do Metrópoles Guilherme Amado, os governos americano e brasileiro traçaram quatro tópicos centrais para nortear a conversa entre os dois presidentes, no encontro que terão na Casa Branca.
São eles:
– Clima;
– Democracia, diretos humanos e equidade racial;
– Comércio e investimentos;
– Assuntos globais, como Ucrânia e Venezuela
Lula embarcará para os EUA na quinta-feira (9/2). O encontro com Biden está marcado para a tarde de sexta-feira (10/2), na Casa Branca, em Washington D.C., capital do país. A previsão é de que, após a conversa, os dois presidentes deem uma declaração conjunta à imprensa.
Além de Biden, o petista deve encontrar parlamentares do partido Democratas, como o senador de Vermont Bernie Sanders. Há ainda a possibilidade de um encontro com sindicalistas da AFL-CIO, a Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais. A entidade reúne centrais não só dos Estados Unidos, como do Canadá. O petista deverá regressar ao Brasil ainda na sexta-feira, após uma agenda curta em território americano.
Acompanharão o presidente na visita os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente,) Anielle Franco (Igualdade Racial), além do chanceler Mauro Vieira. A primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, também estará na comitiva presidencial.
O ex-presidente Bolsonaro também está em território americano, na Flórida, desde o dia 30 de dezembro de 2022. Ele, inclusive, solicitou ao governo americano um novo visto de visitante que o permita permanecer no país por mais seis meses.
Bolsonaro pede visto de mais 6 meses às autoridades norte-americanas
Reposicionamento internacionalO presidente do Brasil tem intensificado as agendas com líderes internacionais na tentativa de marcar uma mudança de postura em relação ao antecessor, Jair Bolsonaro (PL), na agenda internacional. Na campanha, Lula assumiu como compromisso a retomada do protagonismo no cenário internacional.
O ex-presidente Bolsonaro também viajou para os EUA no início do mandato, em março de 2019, para a primeira de uma série de encontros que teve com o então mandatário daquele país, o republicano Donald Trump. Assim como ocorre agora com Lula e Biden, Bolsonaro e Trump possuíam afinidades ideológicas.
A viagem de Lula aos EUA, porém, ocorre após a visita a dois países vizinhos da América do Sul: a Argentina, onde foi recebido pelo peronista Alberto Fernandéz, e o Uruguai do centro-direitista Luis Alberto Lacalle Pou. O encontro com os dois visava retomar a liderança brasileira na subregião e manter a coesão do Mercosul, após anos de enfraquecimento do bloco.
Lula também recebeu, em Brasília, o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, no último dia 30. Ainda está prevista uma viagem à China, em março.
Lula e Alberto Fernandez
Lula é recebido por presidente da Argentina, Alberto FernandezRicardo Stuckert
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Lula e o presidente da Argentina, Alberto Fernández, em declaração à imprensa na Casa Rosada, sede do governo argentinoRicardo Stuckert
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Lula e FernándezRicardo Stuckert/PR
Lula no Uruguai
Lula com o presidente Luis Lacalle Pou, do Uruguai Ricardo Stuckert
Lula, Janja e Lacalle Pou
Lula, a primeira-dama Janja e o líder uruguaioRicardo Stuckert/Divulgação
Lula e Olaf Scholz
Presidente Lula e Olaf Scholz, chanceler da AlemanhaDivulgação/Ricardo Stuckert
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O encontro entre Lula e Olaf ocorreu no Palácio do PlanaltoVinícius Schmidt/Metrópoles
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O presidente Lula recebeu, nesta segunda-feira (30/1), o primeiro-ministro e chanceler da Alemanha, Olaf ScholzVinícius Schmidt/Metrópoles
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