De férias em Santa Catarina, no final de 2021, Bolsonaro, então presidente da República, disse torcer para não ser obrigado a voar à Bahia para ver de perto os efeitos das fortes chuvas que matavam e desabrigavam centenas de pessoas. E não foi.
Em maio do ano passado, candidato à reeleição e à caça de votos, ele desembarcou às 8h05 na Base Aérea do Recife e saiu, em seguida, em sobrevoo para conferir os estragos produzidos pelas chuvas em dezenas de municípios de Pernambuco.
Voltou ao Recife meia hora depois. Sete ministros o acompanharam na viagem relâmpago. Às 10h30, decolou para Brasília. Antes, em entrevista à imprensa, disse que tudo o que pudesse ser entregue diretamente às vítimas das chuvas, seria.
E ressaltou:
“Sem a intermediação de prefeitos e governadores”.
Aproveitou para criticar Paulo Câmara (PSB), governador do Estado, “que preferiu ficar em casa”. Câmara não esteve com Bolsonaro, nem ele nem João Campos (PSB), prefeito do Recife, porque os dois não foram avisados sobre a visita.
No temporal, 194 pessoas morreram. No segundo turno das eleições de outubro, Lula derrotou Bolsonaro em Pernambuco por 65,27% a 29,91% dos votos. Na Bahia, o placar foi de 72,12% para Lula e 27,88% para Bolsonaro. E no Nordeste, 69,34% a 30,66%.
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