Alguns policiais civis do Rio de Janeiro vêm perdendo o sono com a posse do delegado Leandro Almada na Superintendência da Polícia Federal do estado. Os agentes temem as grandes investigações sobre envolvimento de policiais civis com milícias e contraventores do jogo do bicho.
O chefe da PF no Rio de Janeiro já participou de investigações contra milícias no Rio de Janeiro em 2018, no caso Marielle Franco. Almada conduziu a investigação que indicou a existência de uma organização criminosa que trabalhava para atrapalhar a apuração do assassinato da vereadora e de seu motorista, Anderson Gomes.
Almada também terá em sua equipe o delegado Jaime Cândido, que atuou na Subsecretaria de Inteligência da PF no estado e participou de diversas investigações do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro contra policiais civis.
A gestão de Almada também tem amedrontado o Palácio Guanabara e o Palácio Tiradentes, sedes do Executivo e do Legislativo fluminenses.
Em seu discurso de posse, a última segunda-feira (6/2), o delegado mandou um recado para políticos do estado:
“A Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro continuará priorizando o combate ao desvio de recursos públicos, identificando e responsabilizando agentes políticos que enganam o eleitor e usam do poder para o enriquecimento ilícito”, disse Almada.
O governador Cláudio Castro e o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, são investigados por abuso de poder econômico e político no esquema da Fundação Ceperj, que criou 27 mil cargos cujos salários eram pagos em dinheiro vivo, em uma “folha de pagamento secreta”. O caso é investigado no Ministério Público estadual, no Federal e no Eleitoral.
O governador também é alvo, no Superior Tribunal de Justiça, de duas delações premiadas. Castro é acusado de ter recebido R$ 100 mil em propina quando ainda era vice-governador de Wilson Witzel.
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