Em discurso realizado no dia em que o conflito completa um ano, líder ucraniano afirmou que seu país ‘inspirou e uniu o mundo’; ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, garantiu uma nova contraofensiva
HANDOUT / UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE / AFP
Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em pé durante uma cerimônia na Praça Santa Sofia em Kiev, no primeiro aniversário da invasão russa da Ucrânia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenksy prometeu nesta sexta-feira, 24, – dia em que a guerra completa um ano – que seu país vai vencer esse conflito ainda em 2023. “Nós resistimos. Não fomos derrotados. E faremos todo o necessário para conquistar a vitória este ano”, afirmou o ucraniano em um discurso divulgado nas redes sociais. “A Ucrânia inspirou e uniu o mundo”, acrescentou, após chamar as cidades de Bucha, Irpin e Mariupol, cenários de crimes de guerra russos, de “capitais da invencibilidade”. Com a mesma determinação, o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, prometeu uma nova contraofensiva: “Atacaremos com mais força e a partir de distâncias maiores, no ar, em terra, no mar e no ciberespaço. Nossa contraofensiva vai acontecer. Estamos trabalhando duro para prepará-la”. A guerra entre Rússia e Ucrânia é o conflito mais longo na Europa deste a Segunda Guerra Mundial. Como forma de ajudar as tropas de Kiev a defenderem seu território e expulsarem os inimigos, os Estados Unidos anunciaram mais um pacote de ajuda militar e sanções contra a Rússia nesta sexta. As medidas contra bancos e a indústria de defesa, para limitar o acesso de Moscou a tecnologias estratégicas, como os semicondutores. O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, visitou Kiev nesta sexta-feira e deve anunciar a entrega de uma primeira série de tanques Leopard 2 à Ucrânia.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) – grupo em que Zelenksy almeja fazer parte – afirmou em um comunicado que está “decidida a apoiar a Ucrânia” e pediu ao governo russo o fim imediato de sua “guerra ilegal”. Também exigiu que as autoridades de Moscou respondam por seus “crimes de guerra”. A invasão russa à Ucrânia já deixou mais de 300 mil mortos e feridos e as cidades ucranianas estão em ruínas. Como forma de apoio, vários países prestaram homenagem para a Ucrânia. Em Paris, a Torre Eiffel foi iluminada com as cores da bandeira ucraniana, azul e amarelo. “Povo da Ucrânia, a França está ao seu lado. Pela vitória. Pela paz”, tuitou o presidente francês, Emmanuel Macron. Na Alemanha, onde um protesto está programado para acontecer diante da embaixada russa em Berlim, o chefe de Governo, Olaf Scholz, afirmou que Putin “não alcançará seus objetivos imperialistas”. E outros líderes, como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o rei Charles III da Inglaterra, também reservaram palavras de solidariedade para os ucranianos.
One year of brutal Russian aggression.
One year of heroic Ukrainian resistance.
One year of European solidarity.
Ahead of us is a future of unity.⁰You are fighting for freedom, for democracy, and for your place in the European Union.
We are with you, for as long as it takes. pic.twitter.com/nw01k1MFQE
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) February 24, 2023
“Um ano de brutal agressão russa. Um ano de heroica resistência ucraniana. Um ano de solidariedade europeia. À nossa frente está um futuro de unidade. Você luta pela liberdade, pela democracia e pelo seu lugar na União Europeia. Estamos com você, pelo tempo que for preciso.”, escreveu Von der Leyen. “Agora faz um ano que o povo da Ucrânia sofre de forma inimaginável um ataque em larga escala não provocado contra sua nação. O mundo observou com horror todo o sofrimento desnecessário. Juntos, permanecemos unidos”, afirma em um comunicado o monarca britânico, que recebeu Zelenksy em Londres no começo de fevereiro. “Demonstra um valor e uma resiliência notáveis diante de tal tragédia humana. O mundo testemunhou horrorizado todo o sofrimento desnecessário infligido aos ucranianos”, acrescentou.
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