OAB-DF emite nota em apoio a conselheiro ameaçado por advogado que agrediu mulher

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A diretoria da seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) emitiu nota de “solidariedade e apoio” às ações do presidente do Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da instituição, Antonio Alberto do Vale Cerqueira, depois que ele recebeu mensagens intimidadoras enviadas pelo também advogado Cledmylson Lhayr Feydit Ferreira, 60 anos.

Na quinta-feira (23/3), Antonio Alberto registrou ocorrência contra Cledmylson, pelos crimes de coação no curso do processo, ameaça e crimes praticados pela internet. O investigado teve o registro na OAB-DF suspenso, após agredir a advogada Giselle Piza, 39, na semana passada, no Sudoeste.

“A OAB-DF esclarece que a suspensão do advogado foi uma decisão da Casa e tem amparo legal. Não é a intimidação do profissional suspenso que fará esta seccional recuar na apuração dos fatos amplamente noticiados em relação à agressão à advogada Giselle Piza e outros que constam do histórico do profissional”, destacou a diretoria da OAB-DF, em nota.

O texto da instituição considerou a ameaça ao presidente do TED “mais um fato inadmissível, que será apurado no curso do mesmo processo aberto na seccional contra o advogado agressor”. A OAB-DF acrescentou que tomará outras providências contra Cledmylson e que “acompanhará de perto as investigações”.

Ameaças Após ser autuado pela agressão contra a advogada Giselle Piza, a 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) começou a investigar Cledmylson por ameaçar de morte, pelo Instagram, Antonio Alberto e a família do advogado presidente do TED.

As ameaças começaram após OAB-DF cancelar temporariamente a carteira do investigado. Todo processo de suspensão preventiva e disciplinar da instituição passa por Alberto Antonio. Na tentativa de coagi-lo, Cledmylson, alvo de dezenas de outras ocorrências, teria feito as publicações no Instagram, inclusive com menção às filhas e à esposa do conselheiro da OAB-DF.

Desde 2019, Cledmylson é alvo de diversas ocorrências policiais — a maioria devido ao comportamento agressivo dele e do cachorro pelo qual é responsável, o Pipoca. A confusão mais recente que envolveu a dupla resultou na detenção do advogado.

Ele agrediu Giselle Piza após ser repreendido por andar com o cão sem coleira nem guia, na tarde de segunda-feira (20/3). Tutora de um shih-tzu, ela alertou o advogado quanto ao risco de ocorrerem ataques, pelo fato de Pipoca ser maior que o cachorro dela.

Os dois discutiram, e a advogada chamou a polícia. Cledmylson tentou fugir, e Giselle pegou o celular para fotografar a placa do carro do advogado. Ao perceber a cena, ele tomou o celular das mãos dela e a agrediu.

Ocorrências anteriores – Em fevereiro último, Cledmylson foi denunciado por um policial após se envolver em um acidente de trânsito. A ocorrência registrada na 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) detalha que o advogado dirigia com o braço para fora do veículo e que Pipoca estava pendurado na janela. Com a visão do retrovisor comprometida, o investigado teria fechado o carro de um policial e fugido.

Em novembro de 2022, o advogado foi denunciado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) I, na Asa Sul, por lesão corporal e injúria racial. A vítima, uma mulher de 55 anos,  relatou que estava com um grupo de sete pessoas e os respectivos cachorros, no Sudoeste, quando Pipoca, sem coleira e longe do tutor, aproximou-se e tentou mordê-la.

A vítima detalhou que o animal a rodeou e tentou avançar por cerca de uma hora. Quando o tutor de Pipoca chegou, disse que o cão agiu de forma agressiva porque as vítimas eram “feias” e que tentou morder a denunciante porque ela estava com a “namorada”. O advogado também a teria ofendido e afirmou que ela era “bandida” porque é “negra”. Durante a discussão, o suspeito viu que a mulher gravava a cena e a derrubou. A vítima sofreu lesões no pescoço e na cabeça.

Outra ocorrência de injúria foi registrada em janeiro de 2020, quando Cledmylson discutiu com um vizinho de 66 anos, também por causa do cachorro Pipoca. O investigado teria ofendido o morador ao chamá-lo de “veado” e o mandado “falar grosso”. Na ocasião, a vítima não rebateu, apenas filmou a cena com o celular.

Quando soube que os moradores haviam registrado denúncia, o agressor ameaçou que, se alguém falasse algo contra ele, “caçaria as cabeças” delas e as perseguiria “o dia inteiro”.

Em 2019, o advogado foi denunciado após uma confusão em encontro de cães, no Sudoeste. Vizinhos contaram que ele costuma sair com cachorros sem coleira e que é “extremamente rude” com os moradores.

Durante uma discussão, o advogado chamou um dos vizinhos para brigar e afirmou que levaria dois cachorros grandes para a quadra, para ver “quem o tiraria de lá”, pois colocaria os animais para “morder os incomodados”.

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