Justiça do Peru amplia prisão preventiva de Castillo para 3 anos

Publicado:

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Justiça do Peru ampliou de 18 para 36 meses a prisão preventiva do ex-presidente peruano Pedro Castillo. A decisão, anunciada nesta quinta-feira (9), recai sobre o político no âmbito das acusações segundo as quais ele liderava uma organização criminosa que atuou na estatal Petroperú e nos ministérios de Transporte, Habitação, Construção e Saneamento.

Preso desde que tentou dar um golpe de Estado ao ordenar, inconstitucionalmente, a dissolução do Congresso, Castillo começa a cumprir a nova pena desta quinta até 8 de março de 2026. O juiz Juan Carlos Checkley, autor da decisão, determinou também a prisão preventiva do ex-ministro de Transportes Juan Silva Villegas, investigado também por organização criminosa, e determinou o acionamento da Interpol para sua captura.

Já Geiner Alvarado, ex-ministro de Habitação, terá restrições de mobilidade e precisará comparecer mensalmente ao tribunal. Ele também está proibido de sair do país sem autorização e deve pagar 35 mil soles (R$ 47 mil) de fiança.

Segundo o jornal El Comercio, a defesa de Castillo afirmou que vai recorrer e alegou que o ex-presidente sofre perseguição política. “Vamos fazer o que a lei me permite, recorrer”, afirmou o ex-presidente, da prisão, durante a audiência virtual, transmitida pelo canal de televisão do sistema judicial peruano.

Checkley argumenta que o político pode tentar obstruir a Justiça ou fugir, considerando seus antecedentes –Castillo está detido em uma prisão de Lima desde a tentativa de golpe, quando foi destituído e substituído por Dina Boluarte, sua vice, na Presidência.

A saída de Castillo do poder desencadeou uma onda de protestos que deixaram dezenas de mortos pela repressão policial. Os manifestantes exigem a renúncia de Dina e novas eleições gerais.

Em fevereiro, o Congresso do Peru aprovou a acusação de Castillo e de dois de seus ministros por corrupção e lavagem de dinheiro, o que permitiu que o Ministério Público instaurasse ações penais contra o ex-líder. O texto declarou a instauração de processo penal contra Castillo por ser o suposto autor dos crimes de organização criminosa, tráfico de influência e conluio.
A tese do Ministério Público é de que o ex-presidente dirigia uma rede de corrupção, lavagem de dinheiro e concessão de obras públicas formada por seu entorno familiar e político.

Juan Silva e Geiner Alvarado também foram citados na votação do Congresso. Durante o debate, as bancadas de esquerda defenderam Castillo, alegando que ele foi acusado em um processo sem provas

Comentários Facebook

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Trump quer acabar com voto por correio nos EUA

Donald Trump reafirmou recentemente sua intenção de abolir o voto por correio nos Estados Unidos, uma proposta que emergiu com força após sua...

Hamas recebe novo plano de trégua para Gaza, informa dirigente palestino

Um novo capítulo nas negociações de paz em Gaza surge à luz, com o grupo Hamas recebendo uma proposta fresca para um cessar-fogo....

África registra quase 50 mil casos de Mpox confirmados

A mpox, uma doença viral de origem zoonótica, tem se alastrado pela África, contabilizando quase 50 mil casos confirmados em 28 países. Desde...