Caos logístico provocou quase 130 cancelamentos de escalas em 2022

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Tempestade passou 
No setor portuário mundial, o ano de 2022 marcou a reta final do caos logístico que se instalou no mundo com a pandemia e o encalhe do navio Ever Given no Canal de Suez em meados de 2021. “Em 2022, nós tivemos, de longe, o maior número de cancelamento de escalas”, conta o diretor-executivo do Tecon Salvador, Demir Lourenço. Foram quase 130 cancelamentos em um total de 400 escalas no ano. Como comparação, em média ocorrem de 20 a 25 cancelamentos anuais, por conta de questões metereológicas. Segundo ele, agora em 2023 a situação já se reverteu. “Ainda esperamos um número acima do normal, de 30 cancelamentos, mas melhorou muito”, diz. Os cancelamentos atrapalham a rotina dos terminais e dos donos de cargas, com impactos negativos em custos e planejamento. “Vários exportadores que tinham buscado outros portos ou outras alternativas de escoamento já retornaram, o que é um sinal positivo em relação a 2023”, pondera.  

Bendito 2023 
Para Demir Lourenço, a possibilidade de contar com dois berços dedicados à navegação de longo curso abre um horizonte bastante positivo para o ano de 2023. A partir de 1º de julho, o Tecon passará a operar simultaneamente as duas áreas de atracação em seu cais de 800 metros quadrados. “Nós passaremos a ter ociosidade num momento em que todos os outros portos na costa brasileira estarão congestionados. É uma oportunidade de atrair novos serviços e induzir o desenvolvimento e a atração de novos investimentos”, projeta.  

Precisa disso tudo? 
A obra de expansão do Tecon Salvador, iniciada há 7 anos, que está sendo concluída agora poderia ter sido finalizada em 2,5 anos, não fossem todas as exigências legais e as mais diversas condicionantes impostas – muitas delas na área ambiental. Isso, tratando-se de um porto que existe desde antes que eu ou você, caro leitor, chegássemos a este mundo. Agora, imagina a luta e o tempo gasto para tirar do papel um projeto que nasce do zero? Temos em Ilhéus o caso do Porto Sul, cujo prazo para sair do papel era 2012, portanto há mais de 10 anos. De lá para cá, mudou de endereço, foi um sem número de audiências públicas e uma corrida pelas mais diversas licenças. Ao que tudo indica, agora vai, entretanto, olha quanto tempo a Bahia já perdeu.  

Benditas feiras 
Cerca de 120 mil pessoas devem circular pelo Centro de Convenções Salvador durante as 24 feiras programadas para este ano no empreendimento. Até domingo, seis delas já foram realizadas com sucesso total, a exemplo do Origem Week, que atraiu 18 mil visitantes.  Vem aí a 12ª Superbahia, a 33ª Feira de Calçados, a Brasil Cake Show, Combate das Marcas e a segunda edição de 2023 do Fest Moda e Fest Hair, pra citar algumas. As feiras representam 24% do portfólio do CCS, e chegaram a ter uma procura 10% maior no primeiro trimestre deste ano com relação a 2022. Boa notícia para a nossa cadeia de turismo neste início de baixa estação.  

Oásis no deserto 
O ano começou desafiador para a mineração brasileira. No 1º trimestre, a atividade viu seus principais indicadores caírem: faturamento; recolhimento de encargos e tributos; exportações e saldo mineral. A competitividade do setor está em xeque, alerta o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). Na comparação com o 4º trimestre de 2022, o faturamento caiu  11%. Entre os estados que apresentam produção mineral relevante, apenas a Bahia elevou o faturamento, de R$ 2,4 bilhões para R$ 2,6 bilhões (+7%). Apesar disso, iniciou o ano com o desafio de assimilar novos custos provocados por governos estaduais e municipais, que criam novas taxas obre a mineração. 

Energia comercializada 
A Pan American Energy (PAE) assinou acordos para fornecimento de ao menos 70 MW médios de energia por até cinco anos, a partir do início das operações do primeiro empreendimento do grupo no Brasil, previsto para 2024. A energia será gerada no Complexo Eólico Novo Horizonte, em implantação na Bahia, que terá capacidade instalada de 423 MW. O empreendimento, que está sendo construído com investimentos de R$ 3 bilhões, é formado por 10 parques em seis municípios baianos. 

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